terça-feira, 2 de junho de 2015

INQUALIFICÁVEL!

INQUALIFICÁVEL

Por muitas voltas que dê à minha imaginação, não consigo compreender, e nem sequer descobrir, o que passou na cabeça do adulto (só se estivesse maluco acreditaria que a ideia foi de uma criança) que pôs crianças do ensino pré-escolar (pasme-se!) a encenar um motim que punha em confronto dois grupos. De um lado estavam crianças a fazer de conta que eram manifestantes, lançando bolas de papel que simulavam pedras e do outro, também estavam crianças, de capacete e escudo protector, que simulavam um corpo de polícia de intervenção (a célebre polícia de choque), pronto a carregar sobre os manifestantes.
É difícil adjectivar esta acção levada a cabo pela Câmara de Portalegre com a colaboração da PSP. Já li e ouvi chamar-lhe: “miserável”, “vergonhosa”, “ridícula” e até “repugnante”. Mas é, sobretudo, um atentado à educação. E, ainda por cima, no Dia Mundial da Criança. Fazem-se tantos apelos de “não à violência”, e simula-se um confronto violento entre crianças. Que cretinice!
E a PSP; como entender que tenha concordado em participar nesta repugnante farsa? Será que os altos comandos da instituição foram ouvidos? Como continuar a ensinar àquelas e a outras crianças que um polícia não é mau, nem é inimigo. Mas, bem pelo contrário, é alguém que lhes quer bem e está disposto a defendê-las custe o que custar.
Outrossim, não consigo entender que numa altura em que a imagem da polícia ficou tão abalada com o que se passou em Guimarães no final do jogo da equipa local com o Benfica e com as cenas dos festejos do Marquês de Pombal, a PSP tenha participado nesta simulação de actos violentos. Que pretende a PSP; que os cidadãos, sobretudo os mais pequeninos, tenham dela uma má imagem? Se calhar!!

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