INQUALIFICÁVEL
Por
muitas voltas que dê à minha imaginação, não consigo compreender, e nem sequer
descobrir, o que passou na cabeça do adulto (só se estivesse maluco acreditaria
que a ideia foi de uma criança) que pôs crianças do ensino pré-escolar
(pasme-se!) a encenar um motim que punha em confronto dois grupos. De um lado
estavam crianças a fazer de conta que eram manifestantes, lançando bolas de
papel que simulavam pedras e do outro, também estavam crianças, de capacete e
escudo protector, que simulavam um corpo de polícia de intervenção (a célebre polícia
de choque), pronto a carregar sobre os manifestantes.
É
difícil adjectivar esta acção levada a cabo pela Câmara de Portalegre com a
colaboração da PSP. Já li e ouvi chamar-lhe: “miserável”, “vergonhosa”, “ridícula”
e até “repugnante”. Mas é, sobretudo, um atentado à educação. E, ainda por cima,
no Dia Mundial da Criança. Fazem-se tantos apelos de “não à violência”, e
simula-se um confronto violento entre crianças. Que cretinice!
E
a PSP; como entender que tenha concordado em participar nesta repugnante farsa?
Será que os altos comandos da instituição foram ouvidos? Como continuar a
ensinar àquelas e a outras crianças que um polícia não é mau, nem é inimigo. Mas,
bem pelo contrário, é alguém que lhes quer bem e está disposto a defendê-las
custe o que custar.
Outrossim,
não consigo entender que numa altura em que a imagem da polícia ficou tão
abalada com o que se passou em Guimarães no final do jogo da equipa local com o
Benfica e com as cenas dos festejos do Marquês de Pombal, a PSP tenha
participado nesta simulação de actos violentos. Que pretende a PSP; que os
cidadãos, sobretudo os mais pequeninos, tenham dela uma má imagem? Se calhar!!
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