UM PONTO É TUDO
A TAP voou, voou, voou...
por FERREIRA FERNANDESOntem
Este governo, ainda antes de o ser, era submarinos. Este governo, na véspera de deixar de o ser, é aviões... Estranha mania deste governo por submarinos e aviões quando tanto se gaba de ter os pés bem assentes na terra. De notar, porém, que a venda da TAP tem rodas para andar, o seu principal acionista, agora, é da empresa de camionagem Barraqueiro. Foi escolhido a dedo: caso os socialistas cheguem ao poder e mandem parar o negócio, ninguém melhor do que um tipo dos autocarros, habituado a não obedecer ao sinal de paragem. Que a companhia área tenha sido comprada por um rodoviário, não é o único indício de que a coisa vai mudar. A companhia de bandeira (vermelha e verde) foi também comprada por David Neeleman, o outro acionista do negócio, o dono da Azul. A companhia de bandeira (vermelha e verde) ao associar-se à Azul permite um slogan de relançamento: "Na TAP, olhe pelas nossas janelas e vê sempre o arco-íris." É uma ilusão, mas não é isso que impedirá Pires de Lima de usar esse argumento nas discussões dos próximos dias. E se o argumento não surtir efeito, Pires de Lima avança com outro: "Se o caso dos submarinos não deitou ninguém ao fundo, talvez a pressa com aviões acabe com os atrasos..." Não faz sentido nenhum este tipo de argumentos? Claro, mas também ninguém está interessado em argumentos. A venda da TAP não foi feita com argumentos, mas, isso sim, com um imperativo: já. Eis o mistério que merecia explicação.
Ferreira Fernandes in DN
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