Durante
o tempo em que Marinho e Pinto exerceu o cargo de Bastonário da Ordem dos
Advogados estive quase sempre de acordo com as suas posições, pois
considerava-o como uma “pedrada no charco” de um cargo que ia sendo ocupado por
causídicos pertencentes aos grandes escritórios de advogados, que o exerciam como
se estivessem sentados num trono e que não mexiam uma palha que pudesse pôr em
causa os interesses instalados. Pelo contrário, Marinho e Pinto veio afrontar
esses interesses e denunciar os grandes honorários que muitos desses
escritórios cobram ao Estado. Também não teve medo em afrontar os interesses e
as benesses de Juízes e outros magistrados.
Estranhei
quando o vi candidato a Eurodeputado pelo MPT – um partido sem grande
implantação no nosso país –, e comecei a desconfiar das suas boas intenções à
medida que fui ouvindo o seu discurso. Não gosto de ver quem chega à política –
pessoa ou organização (partido) – a fazer juízos de carácter dos que já lá
estão e a fazerem profissão de fé de que serão melhores do que os outros.
Normalmente, após algum sucesso resultante do descontentamento conjuntural,
acabam mal. Veja-se o exemplo não muito longínquo do PRD e o previsível exemplo
do Bloco de Esquerda.
Mas,
o que verdadeiramente é Marinho e Pinto, começámos a sabê-lo quando rumou a
Bruxelas e nestes tempos próximos passados. Começou com um discurso populista,
no pior sentido, e traiu sem escrúpulos quem lhe deu a mão e lhe proporcionou
disputar eleições e ser eleito. Conforme traiu o MPT também trairá os
portugueses seus eleitores se isso for bom para os seus (dele) interesses.
E
como classificar as recentes entrevistas dadas à Antena 1 e à TSF, publicadas e/ou
referidas em vários jornais? Próprias de
um populista da pior espécie, que fala para os portugueses como se estivesse a
falar para insensatos e/ou idiotas. Quanto ao estilo truculento e insultuoso
que usa – dizendo preferir acordos com o diabo do que com alguns partidos –,
como não vivi nos tempos de Hitler nem de Mussolini, e como Salazar usava
outros métodos, só o posso comparar a Hugo Chávez.
Triste
fim político, prevejo, para este homem.
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