Por Antunes Ferreira
Coelho perdeu a cabeça (se é
que não a tinha já perdido) quando no encerramento das jornadas parlamentares
da maioria PSD/CDS cavou mais uns bons decímetros para a própria sepultura.
Desvairou completamente quando se abordava o famigerado Orçamento do Estado,
OE, para o próximo ano. O tema, espinhoso, pelos vistos apoquenta-o, pois para
dizer o que disse é absolutamente necessário que esteja doente psiquiátrico.
Transcrevo o “Público”: “(…) o momento mais inflamado do discurso – que encerrou as jornadas parlamentares
da maioria PSD/CDS – aconteceu quando o primeiro-ministro atacou comentadores,
depois de se ter referido a jornalistas também. “Todos os comentadores e
jornalistas podem olhar para os números e saber o que eles dizem”, afirmou,
para logo lamentar: “Pena que para neste exercício de coerência muitos sejam
preguiçosos e às vezes orgulhosos. Têm-se dito no debate público inverdades
como punhos”.
Sempre quero ver como
reagirão os visados que são “muitos”. Pelo que me toca não me considero
orgulhoso ou preguiçoso e muito menos mentiroso. E se é certo que o tenha
comentado em termos críticos e, por vezes, mesmo acintosamente críticos, eles
não têm a difusão que teriam se fossem feitos num qual órgão da comunicação
social. Assim sendo e neste espaço repito que para o nosso primeiro está na
hora de consultar um psiquiatra.
Comentadores e jornalistas ou
jornalistas e comentadores coloca-os Coelho no mesmo ninho o que me parece no
mínimo desaconselhável, pois um dia destes vai descobrir que se tratava de um ninho
de víboras às quais não convidara para a mesa do Orçamento – neste caso o de
2015. E seguindo uma linha lógica, as víboras mordem, injectam os seus
venenos e muitos até são mortais. Por
isso creio que o (ainda) chefe do (des)Governo não cuidou do que as suas
afirmações puderam e poderão causar.
É triste ver um homem
desvairado. O meu avô materno dizia que um homem desvairado é muito pior do que
uma mulher bêbada; salvaguardando o tempo, os hábitos e a cultura geral, o dito
não era contra as mulheres, ainda que embriagadas, mas sim contra os homens que
numa qualquer altura perdessem as estribeiras, ou seja desvairassem.
Por tudo isto fico à espera
das cenas dos próximos dias. O silêncio dos cemitérios é o que assusta mais.
Espero com convicção que neste caso o silêncio sejam completamente
esfrangalhado. Quem não deve – não teme. Ou será que os poderes, sejam eles
políticos, económicos e financeiros, uma vez mais se esforçarão para que as
possíveis (e devidas) respostas sejam comedidas. Coelho não foi.
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