Já muito se
falou, muito se comentou e até muito se parodiou aquele absurdo acórdão do
Supremo Tribunal Administrativo que baixou substancialmente o valor da indemnização
que um tribunal de primeira instância tinha concedido a uma senhora de cinquenta
anos a quem um erro médico, numa cirurgia, provocou graves lesões que a
impossibilitaram, a partir de então, de ter relações sexuais. E se a decisão,
só por si, já é estranha, muito mais estranha é se atendermos à justificação
dada pelos meritíssimos conselheiros no acórdão emitido. Dizem os doutos juízes
que a actividade sexual de uma senhora de cinquenta ou mais anos não tem a
mesma importância que assume em idades mais jovens!
Não
quero agora comentar esta decisão que acima já qualifiquei de absurda (para não
ser insultuoso), mas quero dizer que acho muito estranho que nenhum dos vários
deputados da Assembleia da República tenha proferido uma declaração política no
plenário, chamando a atenção o ridículo de tal decisão. Já sei. Lá vêm os velhos
jargões de que: “à Justiça o que é da Justiça”; “Os juízes são independentes”; “não
se devem criticar as decisões dos tribunais”, etc; etc. Nas suas intervenções
no plenário os deputados podem criticar as decisões do Presidente da República,
da Presidente da Assembleia da República, do Primeiro-ministro ou de qualquer
ministro, e não podem criticar as decisões dos Juízes; porquê? Por acaso são super-homens
ou, até, deuses infalíveis? Não são, apesar de, alguns, se julgarem superiores.
Basta ver a maneira como muitos deles se dirigem às pessoas nas salas de
audiências dos tribunais. Movem-se em círculo fechado. Não são eleitos nem
prestam contas fora do sistema.
É
por estas omissões, e por outras, que a justiça portuguesa está num mau estado.
1 comentário:
Poder-se-á saber a idade de cada um dos juízes e a das suas amantìssimas esposas, se casados ou ou amigados?
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