É costume em Portugal que os principais partidos políticos façam, mais ou menos nesta altura do ano, uma festa de militantes para celebrarem a entrada num novo ano político, a que pomposamente se chama de rentrée política.
O PPD, com excepção de duas ou três vezes fez sempre a festa no Algarve (é mais chique nesta altura do ano) e como as primeiras decorreram num lugar denominado “Pontal”, batpizou-a com nome de “Festa do Pontal”. Por isto ou por aquilo a festa mudou algumas vezes de local, mas decorreu sempre ao ar livre, aberta a quem quisesse participar. Mas este ano, dizem os seus dirigentes para reduzir custos, dizemos nós, empregando um ditado popular, porque quem tem cú tem medo, a festa deslocou-se para um parque aquático na Quarteira, bem dentro de muros e com entradas pagas.
Bom, pouco ou nada vi sobre dita festa mas, um comentário que ouvi no próprio dia a António Capucho, um histórico do partido, chegou para entender o quão pobre foi a intervenção de Passos Coelho. No dia seguinte, bastaram-me dois ou três minutos de reportagem sobre a festa para ficar esclarecido da pobreza do discurso. No fundo, Passos Coelho queixou-se aos PPD’s que não fez melhor por culpa do PS, do Tribunal Constitucional e da Constituição. Até o ouvi dizer que gostava de governar com outra Constituição. E nessa altura interroguei -me: Será que este homem, que nas palavras e nos actos às vezes até se parece com o António de Santa Comba, gostaria de governar com a Constituição de 1933? Se calhar! Ah, e o António não tinha rentrées políticas. Por isso, ainda vamos ouvir o africano Pedro a dizer que estas festas, até pelo seu nome, são saudosismos do passado.
1 comentário:
Uma Constituição "à maneira" dava muito jeito.
Enviar um comentário