Quanto mais ouço o primeiro-ministro a justificar algumas das medidas que toma e que são pouco ou nada bem aceites pela generalidade dos portugueses, mais me interrogo: Será que ele acredita no que diz?
A propósito da não concessão de tolerância de ponto aos funcionários públicos na Terça-feira de Carnaval, o primeiro-ministro disse, entre outras coisas que roçam a demagogia barata, que o"país ganha muito com o fim da tolerânca de ponto para os funcionários públicos". Mas, ganha o quê? Ainda gostava de saber quanto é que o PIB vai aumentar mais com o facto de os funcionários públicos trabalharem naquele dia. Fraco conceito, ou nenhum conceito, tem o primeiro-ministro sobre como aumentar a produtividade do nosso país. Como pode pensar que um trabalhador contrariado, a quem nos últimos tempos diminuiram o seu salário e tiraram algumas regalias sociais e direitos adquiridos como os subsídios de férias e de Natal vai ser, de facto, produtivo? Só por pura demagogia
Quando ouvi o primeiro-ministro a recordar aos portugueses que estamos numa situação de emergência nacional e, por isso, temos que trabalhar, lembrei-me quando nos tempos do PREC o então Chefe de Governo, Vasco Gonçalves, pôs os portugueses a trabalhar num Domingo. Foi a confusão geral e, de produtivo, nada se viu. É curioso que agora também há quem diga que estamos em tempo de outro PREC; só que agora ,de Direita!
2 comentários:
A minha dúvida é se o eventual aumento do PIB pelo trabalho, forçado, no dia de Carnaval será superior àquele que seria gerado pelo consumo de bens e serviços, com a inerente cobrança de IVA, que os foliões se disporiam a fazer. Isto, para além da ajuda às economias locais, tão depauperadas. Mas o que mais chateia é o facto de há meses se andar a falar em eliminar 4 feriados e não se ter falado no Carnaval, vindo agora, em cima da hora anunciar a medida. Este sujeito não vale a ponta de um corno. E importa pouco se é ele o autor da medida ou se aceitou a sugestão. Tão ladrão é que vai à horta como o fica à porta, além de que ele é que o chefe.
Ele queria era ser PM, embora nunca tenha sentido as agruras do trabalho...
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