Um dirigente desportivo, mais concretamente o presidente do Marítimo, confessou publicamente, através da Agência Lusa, que passou um cheque sem cobertura de cento e trinta mil euros à Direcção Regional de Finanças da Madeira a quem tinha de pagar aquela quantia correspondente a uma dívida fiscal. Ora, passar um cheque sem cobertura é crime de burla, o que é grave e neste caso torna-se ainda mais grave dado quem o emite, segundo as suas declações, fá-lo propositadamente, sem qualquer intenção de pagar, mas para retaliar um não da Administração Fiscal ao seu pedido de adiamento do pagamento, que pretendia fazer por um "encontro de contas" (encontro de contas como e a que propósito?). Queria o presidente do Marítimo que a administração fiscal fosse compreensível, "sabendo das grandes dificuldades que os clubes estão a atravessar". E fez ainda outras considerações, só possíveis porque os dirigentes desportivos sentem-se, de um modo geral, impunes ao não cumprimento das obrigações fiscais e de outras obrigações para com o Estado e estão habituados a que depois apareçam soluções excepcionais, mas completamente anormais, como foi o famigerado "totonegócio", que ainda continua a ser falado pelas piores razões. Se os clubes de futebol estão com dificuldades, que gastem menos. Os seus dirigentes habituaram-se a gastar o que não têm. Governam os seus clubes como se estivessem sentados num grande saco de dinheiro, quando, na realidade, estão sentados num saco de dívidas. Espero que desta vez, a Administração Fiscal e a Justiça, ajam com celeridade e sem contemplações. Quem comete um crime não pode ficar impune. Ah, e não nos esqueçamos que os clubes da Madeira (e sobretudo o Marítimo) têm recebido dinheiros do Governo Regional, que dadas as circunstâncias acabam por ser dinheiros do Estado, como nenhum outro clube português recebe. É tempo de acabar com o regabofe. Caso contrário o povo que está a pagar a crise tem legitimidade para se revoltar.
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