Sou daqueles que pensam que a nossa produtividade nada tem a ver com o número de dias feriados que actualmente temos em Portugal. Não é por eliminarmos alguns que passamos a produzir mais e melhor e, assim, tornarmo-nos mais competitivos relativamente a outros países e crescermos economicamente. Não vamos superar a crise só porque passamos a trabalhar mais três ou quatro dias por ano. Aliás, criou-se a ideia de que em Portugal somos preguiçosos e que trabalhamos menos horas por ano do que os outros. A própria Sra Merkel, muito mal informada, insinuou isso mesmo, mas sem razão. Na sua Alemanha trabalham-se, em média, menos horas por ano. Portanto: nem Portugal é o país com mais feriados, nem aquele onde se trabalham menos horas por ano. Nunca entendi, nem nunca vou entender, então, porque é que o Governo vem agora à pressa reduzir o número de feriados. Mas, pior do que reduzi-los, não entendo as justificações do porquê e, sobretudo, porque são aqueles que desaparecem e, miséria das misérias, porque tem que haver paridade entre feriados civis e feriados religiosos. Ouvi e também já li as justificações do ministro Álvaro. São risíveis, mas pelos piores motivos. O pândego do Álvaro chegou mesmo a dizer: "O governo aceitou a condição que a própria Igreja nos disse". Então, ó Alvaro, a Igreja manda no Estado? Portugal é, por acaso, um Estado confessional? Sua Eminência, o Cardeal, é uma espécie de Ayatola? Francamente, Álvaro, só de si! Quando o ouvi, deu-me o riso. Mas, como disse, também já li as suas justificações. E é confrangedor pensarmos que você é ministro!
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