Ainda
não li na íntegra a carta aberta a Francisco Assis que Jorge Lacão escreve hoje
no Diário de Notícias. Li apenas no Diário Económico on-line algumas citações e
excertos da mesma e, exceptuando algumas referências a divergências do passado,
ocorridas há mais de quinze anos e relacionadas com a IV revisão
Constitucional, subscrevo tudo o que é dito.
É
costume dizer-se que o PS é um partido plural, onde todas as divergências são
legítimas e onde todos os militantes têm direito a dar a sua opinião sobre as
opções e o dia-a-dia do partido. Mas, há limites. Francisco Assis, como todos
os outros socialistas tem direito a fazê-lo, mas deve ter em conta que não é um
militante qualquer, e que, até por isso, foi alvo da cobiça da Comunicação Social
ultra conservadora para manifestar a sua discórdia. Ouvi e vi a entrevista que
Assis deu a um tal Victor Gonçalves da RTP 3. E fiquei estupefacto, ou talvez
não, com o ar eufórico do jornalista perguntador, a quem só faltou dizer no
fim: “Bravo, Francisco Assis; é de socialistas como você que nós gostamos!”
Confesso
que não entendo que um homem inteligente como Francisco Assis queira ficar de
fora do esforço que está a ser feito a nível global por gente da Esquerda
Democrática para encetar diálogos e negociações com a esquerda dita mais
radical. Será que Francisco Assis estará ao lado de Barack Obama no que respeita
à abertura de relações dos Estados Unidos com Cuba e ao fim do bloqueio? Ou
estará ao lado dos congressistas republicanos mais reacionários? Para que a
minha decepção não seja maior, prefiro não saber.
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