Em
consequência da ruinosa política que nos conduziu a esta cretina austeridade, o
actual governo é, quase de certeza, o mais impopular de todos. Provavelmente
comparando-o até com os governos de Salazar e Caetano dos tempos do Estado
Novo. Por isso, não se estranha que qualquer membro deste governo, sempre que
participa num qualquer evento, seja confrontado, antes, durante e depois, com a
contestação de cidadãos. Sobretudo o primeiro-ministro e o ministro Miguel Relvas,
talvez o governante de que o Povo gosta menos ou detesta. Passos Coelho, até
foi contestado na Assembleia da República durante o último debata quinzenal.
Ontem,
no Clube dos Pensadores, em Gaia, e hoje, no ISCTE, em Lisboa, Miguel Relvas
foi alvo de manifestações de desagravo. Na de ontem quando Relvas falava, um
grupo de cidadãos levantou-se e começou a entoar a “Grândola Vila Morena” (está
na moda nos protestos ao Governo, não só em Portugal, mas também em Espanha – é
obra!). Relvas, fazendo uma figurinha ridícula, começou também a cantar e,
cantando, ria. Só visto!
Hoje,
no ISCTE, nem sequer iniciou o discurso que, viu-se, trazia escrito. E houve
reboliço, e grande, ao ponto de Relvas ter de se refugiar numa sala que, por
precaução, foi fechada à chave.
É
verdade que estamos num Estado de Direito democrático onde estas coisas não
podem acontecer, mais a de hoje do que a ontem, pois a de ontem, provavelmente,
só não ficou pela Grândola porque Relvas, com uma cara de safado e com grande
lata, desafiou os manifestantes com aquela atitude de começar a cantar (como, a
cantar?) com eles.
Por
isso, para que estas situações não aconteçam e, sobretudo não descambem para
outras bem mais complicadas ou até violentas, é preciso que o Governo e,
particularmente, os governantes deixem de afrontar os cidadãos. Miguel Relvas,
ao aceitar estar presente naquela conferência do ISCTE, afrontou, e muito,
todos aqueles estudantes universitários que fazem um enorme esforço para
tirarem uma licenciatura que ele, vergonhosamente, tirou sem ir a aulas, sem estudar e sem fazer
exames.
Com
estes dois incidentes, não há dúvidas: Miguel Relvas não tem condições para
continuar ministro!
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