terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ministro; até quando?


Em consequência da ruinosa política que nos conduziu a esta cretina austeridade, o actual governo é, quase de certeza, o mais impopular de todos. Provavelmente comparando-o até com os governos de Salazar e Caetano dos tempos do Estado Novo. Por isso, não se estranha que qualquer membro deste governo, sempre que participa num qualquer evento, seja confrontado, antes, durante e depois, com a contestação de cidadãos. Sobretudo o primeiro-ministro e o ministro Miguel Relvas, talvez o governante de que o Povo gosta menos ou detesta. Passos Coelho, até foi contestado na Assembleia da República durante o último debata quinzenal.
Ontem, no Clube dos Pensadores, em Gaia, e hoje, no ISCTE, em Lisboa, Miguel Relvas foi alvo de manifestações de desagravo. Na de ontem quando Relvas falava, um grupo de cidadãos levantou-se e começou a entoar a “Grândola Vila Morena” (está na moda nos protestos ao Governo, não só em Portugal, mas também em Espanha – é obra!). Relvas, fazendo uma figurinha ridícula, começou também a cantar e, cantando, ria. Só visto!
Hoje, no ISCTE, nem sequer iniciou o discurso que, viu-se, trazia escrito. E houve reboliço, e grande, ao ponto de Relvas ter de se refugiar numa sala que, por precaução, foi fechada à chave.
É verdade que estamos num Estado de Direito democrático onde estas coisas não podem acontecer, mais a de hoje do que a ontem, pois a de ontem, provavelmente, só não ficou pela Grândola porque Relvas, com uma cara de safado e com grande lata, desafiou os manifestantes com aquela atitude de começar a cantar (como, a cantar?) com eles.
Por isso, para que estas situações não aconteçam e, sobretudo não descambem para outras bem mais complicadas ou até violentas, é preciso que o Governo e, particularmente, os governantes deixem de afrontar os cidadãos. Miguel Relvas, ao aceitar estar presente naquela conferência do ISCTE, afrontou, e muito, todos aqueles estudantes universitários que fazem um enorme esforço para tirarem uma licenciatura que ele, vergonhosamente,  tirou sem ir a aulas, sem estudar e sem fazer exames.
Com estes dois incidentes, não há dúvidas: Miguel Relvas não tem condições para continuar ministro!



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