Embora o aumento brutal das taxas moderadoras já tenha sido abordado neste blog, não posso deixar de manifestar também o meu desacordo sobre o assunto.
Disse aumento brutal, porque não me lembro de que qualquer serviço, seja ele prestado pelo estado ou sector público estatal ou por entidades privadas, tenha um aumento de preço, total ou parcial de mais de 100%. E não estamos a falar de um qualquer serviço de lazer, estamos a falar de um serviço de primeiríssima necessidade para todos os cidadãos, que a Constituição da República diz ser tendencialmente gratuito. Ora, por exemplo: se um cidadão recorre a uma urgência hospitalar, queixando-se de uma forte dor no peito, pode sair de lá tendo de pagar um valor perto dos cem euros de taxa moderadora. Vinte euros, paga logo "à cabeça", e depois vai aumentando o valor à medida que os médicos vão recorrendo aos meios complementares de diagonóstico necessários. Ora, cem euros é muito dinheiro para quem tem um rendimento mensal de seiscentos e vinte e quatro euros - valor a partir do qual não há isenção de taxa. E não é, nem nunca será, um valor a pagar por algo que por direito é tendencialmente gratuito. Se o ministro acha que é, então tem que explicar o que significam as palavras tendencialmente e gratuito.
1 comentário:
Isto é um escândalo. Esta gente está a mandar para os privados os que ainda poderão pagar e o SNS fica para os pobrezinhos, se não morrerem a caminho, a pé, para o hospital.
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