Otelo Saraiva de Carvalho disse estar desiludido e que se soubesse como Portugal ia ficar não tinha realizado o 25 de Abril. Bom, parece-me presunção a mais, pois se é certo que Otelo foi, por assim dizer, o comandante operacional do movimento, não o é menos que foi obra de muitos outros militares que, no fundo, o escolheram a ele assumir aquelas funções. Confesso que nunca entendi muito bem a relação de Otelo com o espírito do 25 de Abril, por tudo quanto fez enquanto comandante do COPCON e, sobretudo, como um dos mentores do lamentável movimento das FP's 25. É verdade que o país atravessa uma grave crise financeira. É verdade que o país está longe do desenvolvimento preconizado no programa do Movimento das Forças Armadas, mas basta só a democracia e a liberdade para que possamos dizer: Valeu a pena. Mas mais Otelo, embora ainda haja pobreza, e muita dela escondida, já não se dividem sardinhas nas famílias mais pobres do interior. Antes do 25 de Abril só tinham bons cuidados de saúde os que podiam pagá-los. Nos anos imediatamente antes do o 25 de Abril morriam por ano mais de 6500 crinças, hoje morrem à volta de 300. Em 1974 só 5% da população tinha o ensino secundário completo, hoje têm-no quase 70%. E o número de portugueses licenciados e até doutorados, não tem qualquer comparação. E isto não conta Otelo? Se calhar para si não conta. Duma coisa tenho a certeza: Estaríamos muito pior se o 25 de Novembro não lhe tivesse travado os intuitos de estabelecer um regime totalitário de esquerda.
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