sábado, 2 de abril de 2011
CULPADOS DA CRISE
A crise em que vivemos, e iremos continuar a viver por uns anos, tem culpados, internos e externos. Dos externos, sabemos dos grandes banqueiros americanos (e não só) e das agências de rating, que asseguravam no dia anterior ao decreto de falência, que o Lehman Brothers estava ali para lavar e durar. Dos internos, não escapam Sócrates e Teixeira dos Santos. Mas um político, que não é político, mas que é o mais antigo político em funções, de seu nome Cavaco Silva, ilustre professor de Finanças e Presidente da República em segundo mandato, que tem feito estragos até dizer basta, não pode fugir com o rabo à seringa. O homem que jurava nunca se enganar e raramente ter dúvidas, tem tido um comportamento pouco adequado à situação em que o País se encontra. E fico passado com o "discurso" de que o PR não deve pronunciar-se sobre as questões que lhe vão sendo colocadas, sendo certo que adianta quase sempre a sua opinião, quando lhe convém, ou refugiando-se na consulta que deve ser feita à sua página oficial da PR, ou remetendo para um discurso proferido não sei quando. Que fez Cavaco Silva para evitar a situação política actual? Sócrates portou-se mal com o PEC IV? Creio que sim. Porém, não competiria ao PR chamá-lo a Belém para esclarecer as coisas, convocar os restantes partidos e colocá-los todos perante as suas responsabilidades? E se não resultasse, comunicava ao País (o que ele sabe fazer quando também lhe convém, embora raramente seja claro) o porquê de não ter encontrado outra solução que não fosse dissolver a AR e convocar o eleitorado. Cavaco Silva, contrariamente aos seus legítimos anseios, não vai ficar na História do País como o estadista que se julga. Lamentalvelmente e para mal dos nossos pecados.
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