sexta-feira, 18 de julho de 2014

CONTRIBUTOS EXTERNOS



O Avião abatido

Por Antunes Ferreira


A Air Malasia voltou a estar no primeiro plano das preocupações mundiais. Ainda não se conseguiu desatar o imbróglio do desaparecimento do Boeing 777, cujo desaparecimento misterioso parecia estar a pontos de terminar; pelo menos os órgãos da comunicação social aparentemente tinham deixado de interessar-se pela ocorrência para a qual foram surgindo teorias mais ou menos mirabolantes. 
Mas, de repente as parangonas voltaram a utilizar o nome da companhia malaia. Outro Boeing 777 despenhou-se na Ucrânia causando a morte de 295 pessoas: 280 passageiros e 15 tripulantes. A região em que o caso aconteceu é palco duma verdadeira guerra civil, com o exército de Kiev a tentar recupera território que os separatistas pró-russos ocupam, aparentemente com a ajuda de Moscovo.
Até aqui não registo qualquer novidade. Mas o busílis da questão é que tudo indica que a aeronave foi abatida por um míssil terra-ar. Os serviços secretos norte-americanos disseram não ter dúvidas disso e até o vice de Obama Joe Biden se pronunciou no mesmo sentido. O óbice reside no facto de até à data em que escrevo (madrugada de sábado) não se conseguira saber de onde teria sido lançado o míssil.
Petro Poroshenko, o presidente da Ucrânia disse que os autores do crime eram os separatistas pró-Rússia. Vladimir Putin, por seu turno, declarou que os autores do crime eram os dirigentes ucranianos que tinham lançado uma ofensiva para recuperar a região cuja capital é Donestk, que está na posse dos rebeldes. É um jogo do empurra, que faz lembrar de imediato o que aconteceu em 20 de Abril de 1998 com o voo do avião da Korean Airlines KAL 902 que foi abatido pela aviação russa por ter “invadido” o espaço territorial do país, mais precisamente em Murmansk.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu de emergência para analisar o ocorrido. As rigorosas investigações que já foram determinadas, temo que resultem em nada o que é vulgar em tais situações. Mas, e se derem? Se condizerem à conclusão que foram os separatistas os autores do crime que lhe irá acontecer?
A resposta pode ser não linear e clara. Os interesses que se movem no terreno passam pelo gás russo e seu abastecimento à Europa ocidental. Singularmente, Obama e Merkel tinham acabado de dar a cara para serem aplicadas novas sanções à Rússia por causa de não se resolver a contenda bélica eu de desenrola naquela região. E o czar Putin já respondera que elas poderiam representar a prova de que as relações entre os Estados Unidos e a Rússia entraram definitivamente na fase mais delicada das últimas décadas.
 A reacção do Presidente Putin constou de uma declaração invulgarmente dura, em que o chefe de Estado russo afirmou que o novo pacote de sanções vai levar as relações entre os dois países para "um beco sem saída". E surge também aqui o ditado que diz: nunca apontes um dedo a uma pessoa pois ficas com quatro virados parati…
Tudo misturado dá um pot-pourri cujo desenvolvimento não posso antever; nem eu, nem muita gente mais. Salve-nos a Senhora da Agrela que não há santa como ela. Ainda que eu duvide da competência dela face a um tema tão bicudo. A Virgem de Fátima está afastada. Presumo que esteja cansada da trabalheira que teve aquando duma avaliação feita pela troika.



O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, atribuiu hoje à Ucrânia a responsabilidade pela queda do avião malaio que se despenhou no leste daquele ex-Estado soviético.
“Não há dúvidas de que o país em cujo território essa terrível tragédia aconteceu tem a responsabilidade”, disse Putin, citado pela agência de notícias Ria Novosti.
"Essa tragédia não teria acontecido se houvesse paz no país, se as operações militares não tivessem sido retomadas no sudeste da Ucrânia”, vincou Putin.
Um Boeing 777 da Malaysia Airlines fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur com 295 pessoas a bordo e desapareceu dos radares da Ucrânia a uma altitude de 10.000 metros.
O aparelho perdeu a comunicação com terra na região oriental de Donetsk, perto da cidade de Shaktarsk, e palco de combates entre forças governamentais ucranianas e rebeldes federalistas pró-russos.

Segundo responsáveis dos serviços secretos norte-americanos, o avião foi abatido por um míssil terra-ar de origem ainda desconhecida.

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