Já
era previsível. Só por ingenuidade alguém poderia pensar que a ERC, a tal
Entidade Reguladora para a Comunicação Social, iria dizer, “preto no branco”: “O
Relvas pressionou de uma forma inaceitável o jornal Público e a jornalista que
investigava as relações entre ele e o espião Silva Carvalho”. É óbvio que não,
pois três dos cinco elementos que compõem o conselho regulador foram escolhidos
por ele. Ora …, ninguém gosta de cuspir no prato onde come. Mas como não podia
negar as evidências, a ERC teve o cuidado de dizer que o ministro não fez
pressões ilícitas ao jornal ou à
jornalista. E…, bonito, muito bonito, diz mais, diz que não se verificou a
existência de um condicionamento da liberdade de imprensa. Ah, mas não tem
dúvidas de que Miguel Relvas ligou mesmo para o jornal, pelo menos em três
ocasiões e que o fez “visivelmente irritado”, tendo dito que a continuar assim,
deixaria de falar com o jornal. Então, pergunto: Isto não foi uma forma de
pressão, para que a jornalista se calasse ou fosse branda? Alguém tem dúvidas
disso? Só a ERC tem e, por isso, acha que a atitude do ministro poderá ser
apenas objecto de um juízo negativo no plano ético e institucional, mas não
feito por ela, ERC.
Perante
estas conclusões de tão douta entidade, e ainda tendo em conta que o seu presidente
pensa que “a deliberação defende e reforça o poder editorial” (dá para rir!),
só posso concluir que a ERC não serve para nada. Por isso, acabe-se com ela.
1 comentário:
O problema não é da ERC, que serve o governo de turno, mas de todas as Reguladoras. Não servem a ninguém, salvo ao poder instituido ou às grandes empresas mais ou menos monopolistas. São uma fraude completa, que sugam os dinheiros dos contribuintes e onde se acoitam, normalmente, os reformados da política activa. São apenas uma máscara que ocultam o rosto dos diversos poderes instituidos.Um nojo.
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