quinta-feira, 21 de abril de 2011

(IN)TOLERÂNCIAS

Temos muitos feriados e muitas "pontes"? Mais do que o comum dos países europeus? Não há unanimidade sobre o assunto.
É quase um "direito adquirido" a tolerância de ponto no Carnaval (recordam-se de quando Cavaco Silva não a concedeu?) e da tarde quinta-feira santa. Muita gente programa umas mini-férias na época pascal, "sabendo" que pode contar com aquela tarde. Acontece que este ano o feriado do 25 de Abril se segue ao domingo de Páscoa, o que permitiu a muitas famílias, com antecedência, um programa mais alargado. Acontece, também, que o País está "em crise" (alguma vez não esteve?) e temos entre nós a 'troika'. Por isso, uns quantos clamam: "aqui d'el rei, vejam como num momento em que estamos de mão estendida fechamos para férias, quando 'eles' continuam a trabalhar"; "que é que 'eles' vão pensar e dizer a nosso respeito e de quem nos governa?", como se nos restantes anos fizessemos as coisas às escondidas e ninguém soubesse. Dizem outros: "já viram, 'eles' chegam ao ministério e não têm quem os receba, pois está tudo para os Allgarves!". "Um escândalo!" Alguém acredita que o ministro das Finanças e a equipa que acompanha a 'troika' tenha metido férias? E também terão metido férias os dirigentes das diversas corporações que pedincham toda a série de benefícios à pala da crise? Sejamos sérios.
O que aconteceria se o governo não tivesse concedido a tolerância? Não veríamos o Mário Nogueira, já que os professores estão "de férias", mas a contestação não seria pequena, não tanto pelo meio dia de trabalho não previsto, mas pelos custos de anulação de viagens programadas. E veja-se a reação da corporação do turismo, que aplaude a medida....
Concedo que talvez o governo pudesse vir dizer que a conjuntura não aconselharia a tolerância, mas que, atendendo à tradição e à mais que provável programação das famílias a mesma tolerância era concedida.
Porque não se decreta, de uma vez por todas, a lista de feriados, sem tolerâncias?
Por outro lado, acho piada aos "custos" da tolerância calculados por alguns. Uma simples conta de dividir e está feito. "Esquecem" muitos outros custos que deixam de ser suportados, mas isso agora não interessa nada, como dizia a outra.
Mas, bonito, bonito, é os hipers do engenheiro Belmiro e do comendador Soares dos Santos abrirem no 1.º de Maio, dito Dia do Trabalhador! O que é preciso é que o pagode acorra a comprar nos seus estabelecimentos, mesmo que pague com cartão de crédito. Hipocrisia e farisaímo é que não falta por aí.

1 comentário:

500 disse...

Entretanto, o senhor Saraiva, o patrão dos patrões, concedeu tolerância ao seu pessoal, depois de se ter insurgido com o facto e de se ter queixado à torika. Há pachorra para gente deste calibre?