Se há feriado, hoje em dia sem sentido, que deve ser suprimido no calendário portugês é o 1º. de Dezembro. Para que serve? Para celebrar o patriotismo português? Para nos lembrarmos de todos os desentendimentos que tivemos com os nossos vizinhos espanhóis? Estou convencido que uma maioria quase absoluta dos portugueses não celebra nada.
O Estado Novo, não se sabe bem porquê, nunca quiz acabar completamente com este dia feriado. Mas era uma espécie de feriado envergonhado, já que era diferente de todos os outros, pois apenas não funcionava a função pública. Depois do 25 de Abril não era fácil convencer os sindicatos a abdicarem de um dia de descanso. Naquela altura (e, se calhar, ainda agora) seria "uma afronta aos direitos dos trabalhadores".
Bom, nos dias de hoje o 1º. de Dezembro serve, apenas, para que se junte um grupo de saudosistas do passado, para zurzirem encapotadamente na Democracia e apelarem ao nacionalismo mais reaccionário e saloio.
Mas o mais estranho é que venha servindo de bandeira aos monárquicos portugueses para falarem nas virtudes da monarquia, e darem oportunidade ao pretendente a rei para dizer uns disparates. É pena que se esqueça de dizer que os espanhóis Filipe I, Filipe II e Filipe III, só foram chefes do Estado Português, porque asim o permitiu a forma de sucessão. Numa República, a sucessão dos chefes de Estado é feita por eleição, e não era possível que a um português sucedesse um espanhol.
Acabem com este Feriado, sem qualquer sentido!
2 comentários:
1- Se há feriado, hoje em dia sem sentido, que deve ser suprimido no calendário portugês é o 1º. de Dezembro. Para que serve? Para celebrar o patriotismo português?
Então e o cinco de Outubro? Não é mais absurdo? Não celebra o cinco de Outubro a mais absurda ditadura que Portugal conheceu desde a Restauração? Não o vi protestar contra esse disparatado feriado há dois meses.
2- Para nos lembrarmos de todos os desentendimentos que tivemos com os nossos vizinhos espanhóis? Estou convencido que uma maioria quase absoluta dos portugueses não celebra nada.
Sim. Para isso mesmo, para nos lembrarmos que a independência tem que ser sistematicamente defendida. Estou de acordo que a maioria quase absoluta dos portugueses não celebra nada. Por isso mesmo, é importante recordar o 1.º de Dezembro.
3 Bom, nos dias de hoje o 1º. de Dezembro serve, apenas, para que se junte um grupo de saudosistas do passado, para zurzirem encapotadamente na Democracia e apelarem ao nacionalismo mais reaccionário e saloio.
Estou absolutamente de acordo com esta afirmação. Mas isso é razão para se renovar a importância do 1.º de Dezembro. Não, para acabar com ele.
4- Mas o mais estranho é que venha servindo de bandeira aos monárquicos portugueses para falarem nas virtudes da monarquia, e darem oportunidade ao pretendente a rei para dizer uns disparates.
Mais uma vez completamente de acordo. Mas foi porque os portugueses pensam quase todos como o Pereiró que os monárquicos se apropriaram ilegitimamente do 1.º de Dezembro, numa espécie de contraposição ao cinco de Outubro. Ora o 1.º de Dezembro não celebra nem glorifica nenhum regime, monárquico ou republicano. Celebra a independência da pátria e a vontade de manter essa independência. Claro que é inteiramente legítimo ser-se iberista e os iberistas não têm nada para festejar. Simplesmente, é importante perceber o iberismo. A regra é o iberismo crescer sempre em tempos de crise. É um fenómeno sempre passageiro e difuso. Tenho quase a certeza absoluta que se nos integrássemos em Castela, passaríamos a ser como os catalães, a vir para a rua celebrar cada vitória do Porto ou do Benfica sobre o Real Madrid como se se tivesse ganho a guerra contra o tirano opressor.
Iberismo, jamé! Se o Afonso I não tivesse andado à paulada à mãe, ainda vá, nem dávamos por ela; depois disso é melhor ficarmos no nosso canto.
Os Filipes estiveram cá, como noutras paragens, segundo as regras então vigentes e nem nos trataram muito mal. Foram corridos, nada a apontar.
No que toca à celebração, detesto-a, desde que, em miúdo, nesse dia, sempre frio, me obrigavam a vestir uma farda verde e castanha e a cantar um hino mais ou menos absurdo.
A celebração do 5 de Outubro, mau grado o meu republicanismo, faz o mesmo sentido.
O Feriado Nacional deveria ser o da espadeirada de S. Mamede, pois terá sido aí que nasceu Portugal.
Quanto ao senhor D. Duarte, que considero, parece que vai começar a passar neio ano em Porugal e outro meio em Timor, onde espera ser rei, depois de obtida a dupla nacionalidade e propor um referendo sobre o assunto.
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