Cavaco Silva já há muito tempo que anda em campanha eleitoral. Desde o fim do Verão que, duas a três vazes por semana, vemos Cavaco Silva mais a sua Maria a visitar lares de velhinhos e de criançinhas por todos os recantos deste país. Agora, que já se assumiu como candidato (o que todos os portugueses já sabiam), fala nas duas qualidades. Como político, enquanto presidente e como potencial político, enquanto Candidato. Faz-me lembrar aquela hilariante peça de teatro de revista, protagonizada pela saudosa actriz Ivone Silva cujo título era: "o eu Olívia patroa e o eu Olívia costureira".
Nas suas redes sociais de Candidato (no papel de "o eu Olívia costureira") Cavaco Silva vem dizer que está apreensivo com o desprestígio da classe política, e que o Presidente da República não pode contribuir para o espectáculo público de cinismo ou de agressividade. Mas, como Presidente (no papel de "o eu Olívia patroa"), Cavaco Silva não tem feito outra coisa que assobiar para o tecto sempre que se depara com atropelos ao normal funcionamento da vida política portuguesa. Isto não é cinismo político?
Por outro lado Cavaco Silva já não se lembra de algumas intervenções inflamadas que fez na Assembleia da República quando era primeiro-ministro? Bom, realmente não fez muitas porque, como sempre fugiu e foge, aos debates políticos, poucos debates travou no Parlamento. Ele é, sem subterfúgios, um dos portugueses que anda há mais anos ligado à política activa. Ele é político; e não lhe fica bem andar a incitar os portugueses contra os políticos.
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