segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Governo de Salvação Nacional; quem são os salvadores?

O que é um Governo de Salvação Nacional? Não encontro qualquer referência a este tipo de governo na Constituição da República Portuguesa. O que a nossa constituição diz, é que Primeiro-Ministro é nomeado pelo Presidente da República, tendo em conta os resultados eleitorais e que depois nomeia os outros ministros sobre proposta do Primeiro-Ministro; ou seja os governos resultam da vontade expressa pelos cidadãos e não da vontade daqueles super inteligentes que comentando a crise económico-financeiras, enquanto políticos no activo ou paineleiros, apresentam como solução para curar o mal, que se substitua este governo por um governo de salvação nacional.
É claro, que um dos arautos deste tipo, antidemocrático, de governo foi Paulo Portas, o rei da demagogia. Ah, com duas condições: formado com pessoas indicadas pelo PS, PSD e CDS/PP; e sem José Sócrates!
Com o CDS/PP, porque Paulo Portas quer chegar ao Governo sem eleições, pois tem medo do voto útil e não quer a representação do partido outra vez dentro dum taxi; sem Sócrares, porque Paulo Portas quer contrariar a vontade de uma maioria relativa de portugueses e quer mandar na vontade dos militantes do PS. José Sócrates ganhou as eleições internas para líder do PS (mais do que uma vez) e deu a cara pelo partido em duas eleições para o Parlamento, e ganhou-as. Por isso foi duas vezes convidado para formar governo pelo Presidente da República (curiosamente, por Jorge Sampaio e por Cavaco Silva).
De resto, tirando os governos de iniciativa presidencial de Eanes (que se julgou um de Gaulle à portuguesa, mas eleito pela esquerda!), Balsemão e Pedro Santana Lopes foram o mau exemplo de primeiros ministros não eleitos indicados pelo partido e/ou coligação com reptresentação maioritária no Parlamento. E vejam no que deu!
Governo democrático, sim; Governo de Salvação(?) Nacional, NÃO.

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