O
Partido socialista habituou os seus militantes, os seus simpatizantes e
sobretudo os portugueses de uma forma geral a que o combate interno para
liderar o partido se fazia de forma democrática, com divergências sim, e por
vezes grandes, mas com muito civismo e respeito pelas opiniões contrárias e por
quem disputa o poder. Mário Soares, o chamado pai fundador do partido, teve
muitas vezes que enfrentar posições e moções de estratégia diferentes das suas,
quer em Congressos, quer nos órgãos intermédios de decisão e poder. Ainda hoje
se fala das célebres “reuniões dum sótão” e do grupo “do ex-secretariado”.
Jorge Sampaio teve que enfrentar Guterres, que lhe tomou o poder. Em todas as
situações de “luta pelo poder”, houve discussão, sim, mas nunca atitudes reles,
próprias de gente “baixa”, provavelmente a soldo de quem não quer perder o
poder, mesmo vendo que já perdeu há muito o apoio de quem se revê nos
princípios do partido. E aqui refiro-me não só aos seus eleitores fiéis, mas
também aos que votam ao centro e que ajudaram à conquista de uma quase maioria
absoluta de António Guterres e à conquista da maioria absoluta de José
Sócrates.
Infelizmente
para o PS, e sobretudo para o país, o partido foi vítima do aparelhismo
partidário e eis que a sua liderança é tomada por um político medíocre que,
como o medíocre Passos Coelho, aprendeu nas jotas como tomar de assalto um partido.
E não me venham com o argumento de que o tal Tozé chegou a líder do PS em
eleições democráticas. Hitler também chegou ao poder na Alemanha através de
eleições, não chegou?
O
que se passou hoje em Ermesinde foi uma vergonha. Diz bem quem são os apoiantes
do Tozé. Naturalmente, gente a soldo do seu séquito. Mas, por muitas atitudes rascas
que tomem, não conseguirão os seus intentos. Chegou a hora das figuras “com
peso” no partido tomarem uma posição. Há sempre “um Marinho Pinto” à espera de
capitalizar quem não se revê em tanta mediocridade.
Espero
que o presunçoso Secretário-geral (em agonia) diga, sem rodeios, se concorda
com as atitudes daquela gente reles (felizmente pouco mais de uma dezena) que
em Ermesinde insultou António Costa. Não me admira nada que, cobardemente, nada
diga e sacuda a água do capote. Mas se dele já espero tudo, espero, no entanto,
que alguns dos que estão com ele, nomeadamente Alberto Martins, digam o que
pensam sobre o que se passou. Para bem da imagem do partido que neste momento
dirigem (ou fazem de conta que dirigem!).
1 comentário:
Peixeiradas escusadas. Lamento ver o Alberto Martins nestes jogos pouco florais. Receio que o PS desapareça.
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