Os bispos portugueses têm todo o direito a ter opinião, e a divulgá-la, sobre os mais diversos assuntos da política portuguesa, quanto mais não seja porque são tão cidadãos como todos os outros, mas deviam ter algum resguardo, para não dizer decência, quando tomam posição a favor de algo que lhes diz respeito.
Mais uma vez vêm inflamar o assunto dos estabelecimentos de ensino privado com contratos de associação, sabendo-se como se sabe que há poucos dias a Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo celebrou um acordo com o Ministério de Educação. Ora, é sabido que uma boa parte das escolas em causa são escolas católicas, propriedade directa ou indirectamente da Igreja e que muitas destas rejeitaram o acordo. Quer dizer que não se sentem representados pela Associação do sector. Mas como não podem ter condições à parte das outras escolas das quais não são proprietários, só têm um caminho a seguir: ou aceitam as condições acordadas e continuam a fazer parte da rede do ensino público, ou não aceitam e ficam apenas como escolas do ensino privado. Em linguagem popular dir-se-ia que "quem quer come, quem não quer não come ... põe na beira do prato".
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