Terrorismo
em Lisboa?
Por Antunes Ferreira
A ameaça terrorista tornou-se uma constante
suspeita no quotidiano de quase todo o Mundo. O terror é isso mesmo: tem por
finalidade o desassossego dos homens onde quer que se encontrem sobretudo nos
centros urbanos onde para os criminosos é mais fácil levar a cabo os seus
hediondos propósitos. E as medidas de segurança por maiores e mais fortes que
elas sejam só muito dificilmente podem impedir que esses actos criminosos
possam alcançar s objectivos a que se propõem.
É ponto assente que é impossível colocar um
polícia ou um soldado junto de cada cidadão para prevenir qualquer movimento
suspeito que ele possa demonstrar mesmo que disfarçadamente. Seria meio mundo a
vigiar a outra metade… Portanto, mesmo em hipótese irrealizável, uma tal utopia
redundaria em anedota universal não fora o caso da realidade sangrenta que a
negaria.
Em Portugal, mais propriamente em Lisboa,
viveu-se ontem, sexta-feira, 25, uma ocorrência que disse bem do sentimento de
suspeita, mas também de medo que se enquadra no terrorismo. Felizmente sem
consequências graves no que toca às pessoas. Mas podia ter sido pior. Para quem
– como nós os portugueses – costuma dizer que aqui não acontecem coisas dessas,
foi um exemplo de que, sim senhor, podem acontecer. E de extrema gravidade.
O assunto conta-se em algumas linhas.
Socorrendo-me, mais uma vez do que informou a comunicação social, passo a
transcrever.”Um pacote suspeito
foi encontrado na conservatória de Lisboa. Meios da PSP já estão no local. A
circulação automóvel foi hoje cortada cerca das 15:30 na Avenida Fontes Pereira
de Melo, em Lisboa, entre o Saldanha e a Avenida António Augusto de Aguiar,
devido à presença de um pacote suspeito num edifício. Pelas 16:45, o perímetro
de segurança foi alargado até à rotunda do Marquês de Pombal, por
"questões de segurança", (…) Para o local foram já mobilizados agentes
especializados em minas e armadilhas.”
Entretanto e como outra
medida de precaução foram ainda evacuados o prédio onde fica a Conservatória e
outros contíguos, tendo, assim sido estabelecido um perímetro de segurança.
Finalmente, a equipa de inactivação de explosivos fez a
avaliação e concluiu que o objecto não tinha produto com conteúdo explosivo, e
portanto não havia ameaça. Foi retirado, reaberto o trânsito, voltaram as
pessoas aos locais donde tinham sido evacuadas. Não tinha sido nada…
Veio depois a saber-se que o embrulho continha…
brinquedos, coisas próprias do Natal que se vai aproximando. Brinquedos que
tinham sido enviados de fora de Lisboa e que o destinatário talvez por
esquecimento deixara abandonados originando toda esta confusão. Podia ter sido
pior, mas não foi. Felizmente não foi.
O que não quer dizer – de forma nenhuma – que os
cuidados têm de ser redobrados, porque Portugal, de acordo com o Daesh, faz
parte do “Califado Ibérico”. O que pode significar, pelo menos, que o nosso
país pode vir a ser um objectivo importante a alcançar pelo auto intitulado
Exército do Isis. Como atrás se disse o terrorismo é assim chamado porque vive
do terror, de aterrorizar as pessoas, de limitar as suas vidas, de as empurrar
para o pânico.
Como vencê-lo? Esse é o busílis da questão. Pela
força armada, por maior que ela seja, por melhor equipada que esteja é muito
difícil, quase impossível. Um só homem, um terrorista, pode pôr em causa um
país, um continente, o Mundo. Contra tal a segurança e a comunicação entre
homens, organizações e estados é fundamental. Pelo menos é o que se pode
arranjar, para já. Para o futuro – o futuro dirá.
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