DIA DE REIS
Noite luarenta de dezembro
O céu parecia brilhar
Por ter nevado, o tempo ia amainar
O Balhestra diria: “vai haver calor
se bem me lembro”!
Chuva de estrelas cadentes, na serra
a reluzirem
Tontas viravam à capela da Sª da Azinheira
Seriam lágrimas de fogo no Eirô
estrelejar?!
Relento de arraial pedia café e
bagaceira!
Estrela louca caiu na casa da Elisa
Pela telha vã da cozinha podia ver-se
o Rui em camisa!
Os cavacos acenderam e os pingos do
fumeiro secaram
Na loja do gado, a cabra e a ovelha
berraram.
Nove meses após um parto começava.
“ António foi chamar a Ana Ventura...
Manuel vai virar uma telha da capela
“
Rompia o dia e o bebé já chorava!
Tinha nascido mais um enguiço
Forte, muitos anos passados, e sem
sumiço.
Dia de Reis recordar a prenda de maior graça
Ter um pião das nicas com baraça!
Porto, 5/1/15
José Gil
jose.gcmonteiro@gmail.com
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