Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, está
neste cargo fora do tempo. Faria provavelmente melhor figura no tempo do Estado
Novo, onde uma das primeiras prioridades de quem ocupava aquele lugar era, de
modo algum, fazer ou deixar que algum funcionário do banco fizesse algo que não
agradasse ao governo, mas, bem pelo contrário, agradar e ser subserviente. Após
o 25 de Abril, depois de institucionalizada a Democracia, foram vários os governadores
do banco central, de vários quadrantes políticos e nem sempre militantes ou próximos
do ou dos partidos do poder. E não consta que qualquer deles tivesse feito o
que Carlos Costa fez agora – vetar o acesso a um cargo superior de um
funcionário que tenha feito reparos ou até críticas a opções tomadas pelo
Governo.
Foi hoje notícia nos primeiros noticiários da manhã
que Carlos Costa contrariou a decisão de um júri independente que tinha atribuído o cargo de director do
departamento de estudos económicos ao actual director-adjunto, com o argumento
de que “as candidaturas não reuniam todos os requisitos” (???). Mas, segundo
apurou a TSF, o verdadeiro motivo foi o Governador (ou comissário do Governo?)
não ter gostado de reparos feitos pelo candidato a decisões do Governo. São estes
os tempos que vivemos, pouco consentâneos com o Portugal Europeu, e mas mais próprios
daquelas pseudodemocracias de países latino-americanos ou africanos. E o rei,
neste caso o Presidente, não vai nú…, mas vai cego. Até quando?
1 comentário:
O dito "rei", não nu, mas engravatado, acompanhado pela senhora Maria, anda a ver o "empreendedorismo social", seja isso o que for.
Enviar um comentário