sábado, 6 de agosto de 2011

LIDO - 4

Hoje (?) estou preguiçoso, pelo que me limito a escrever (sobre) o que li.
Ana Sousa Dias (ASD), no JN, escreve umas "Variações sobre pobrezinhos" que remetem para a minha primeira infância, tempo em que me recordo haver os "nossos" pobrezinhos, os lá da 'casa remediada' a que se refere a jornalista. Tais pobrezinhos, ao que vamos vendo e lendo, foram recuperados pelo actual governo: primeiro, privamos as pessoas do essencial, do básico, do primário, depois oferecemos-lhe a sopa (cuja qualidade a ASAE está proibida de certificar).
Escreve ASD:
"Na minha [de António Lobo Antunes] família os animais domésticos não eram cães nem gatos nem pássaros; na mimha família os animais domésticos eram pobres".
(...)
"Eram assim os pobrezinhos de Lobo Antunes: 'De preferência descalços, para poderem ser calçados pelos donos; de preferência rotos, para poderem vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natural de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma embalagem de aspirina'".

Este não é o meu conceito de Estado Social, com que os dirigentes dos partidos do actual governo enchem a boca.

1 comentário:

4pereiro disse...

Com este governo, e tendo em conta que aos comandos da Solidariedade Social está um comissário de Portas, vamos voltar aos tempos da caridadezinha, em que as extremosas esposas dos caciques locais formavam um grupo de "benfeitoras senhoras" que ajudavam (se fosse preciso até à força) os seus pobrezinhos de estimação. Uma vergonha!