É evidente que o Presidente da República pelo facto de ser candidato a novo mandato não pode ficar condicionado na sua acção política, sobretudo aquela que tem a ver com a representação do Estado. Estava fora de causa que Cavaco Silva não tivesse recebido Barack Obama e outros líderes políticos na altura da cimeira da NATO. Agora, já se deve questionar que Cavaco Silva sendo candidato a um novo mandato de Presidente da República cuja eleição decorre paticamente daqui a dois meses, aceite estar na festança da entrega de um prémio, que sendo importante não tem a relevância suficiente para que o Presidente não pudese fazer-se representar. Mas mesmo querendo estar presente, no momento do uso da palavra, por uma questão de honestidade política, devia limitar-se a dar os parabéns à entidade premiada, elogiar a entidade ou entidades que patrocinam e/ou atribuem o prémio e pouco mais. Mas não, Cavaco Silva fez um discurso a falar nos casos de emergência social que surgem relacionados com a actual crise económico-financeira, com o dever dos poderes públicos em dar prioridade aos mesmos e, num momento do mais puro descaramento, elogiar os seus roteiros dizendo que "serviram para sensibilizar os portugueses para as injustiças, desigualdades e carências que existem no país e mobilizá-los para a solidariedade"(até parece que não governou o país dez anos, numa altura em que entraram milhões de euros vindos da Europa).
Agora percebo o porquê de Cavaco não afrontar Alberto João Jardim, pois imita-o enquanto candidato governante: inaugurações e festanças para se vangloriar e fazer campanha. Assim, concordo, não precisa de out-doors, pois não?
1 comentário:
Para quem apregoa os "grandes princípios", não está mal. Politicamente, é um homem falso. Devia abster-se de continuar a passear-se pelo país em campanha encapotada e à custa do orçamento. A estória dos outdoors é, ao mesmo tempo, absolutamente risível e de um primitivismo chico-espertismo total, pouco digna do cargo que ocupa.
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