segunda-feira, 10 de junho de 2024

DIA DE PORTUGAL E DE CAMÕES

 

Alma Minha Gentil, que te Partiste


Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento Etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Algũa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Luiz Vaz de Camões

2 comentários:

Janita disse...

Soneto bem escolhido.

E mais não digo, pois sei que não preciso
dizer-lhe que quem no céu o espera,
lhe guarda bom lugar,
no assento etéreo ao lado do dela.

Bom Feriado.

500 disse...

É isso.
Obrigado.