Um ano para esquecer
Por Antunes Ferreira
Este ano que está prestes a acabar devia ter terminado
quando começou – a 1 de Janeiro de 2016. Foram 366 dias dos quais a maior parte
deles se pode classificar como negativos. Pelo menos, de acordo com a minha opinião.
E para mim é melhor ter opinião – mesmo que má – do que não ter opinião
nenhuma. De resto, e em abono do que escrevo, o homem é o único animal que tem
e que a expressa. Que se saiba…
Foi um ano recheado de guerras, aliás como todos o têm sido.
Nisso, portanto e infelizmente não foi excepção; mas os conflitos armados e
letais abusaram e, pior sem se verem o seu fim. Poderá dizer-se que também não
há aqui novidade pis os homens desde que desceram das árvores começaram a
bater-se entre si o que foi o parto da guerra ou das guerras.
Estas foram eclodindo por todo o globo terrestre, originando
desgraças, devastações, perdas humanas, enfim tudo o que os desvarios
castrenses parem num desejo criminoso de auto destruição. Eles são sempre detonados pela vontade dos políticos
especialmente dos ditadores apoiados pelos que os alimentam, ou seja os
fabricantes, os vendedores e os traficantes de armamento.
Neste contexto vigara a regra sem regras: quanto mais sangue
– melhor. Porque também é sabido que sofre as guerras são as populações
indefesas que em nada contribuíram para elas. Por isso muito se tem escrito
sobre esse demoníaco acontecimento que nunca deixou de existir. São conhecidos
textos entre ditados e de autores que tentam justificar os actos bélicos desde
o latino si vis pacem, para belum até ao escrito de Sun Tzu O verdadeiro objectivo da guerra é a paz…
Argumentos destes não mais do que uma tentativa aliás
espúria de justificação do injustificável. A paz, essa, será realmente, a
ausência da guerra? Então para quê a Sociedade das Nações? Então qual o motivo
da Organização das Nações Unidas? Porquê a fundação da Comissão Europeia? E o
Acordo Sobre as Armas Nucleares? E os acordos entre beligerantes que duram uns
escassos dias e que quando são assinados já sabem as partes que nã serão
cumpridos?
Mas há retrocessos da barbárie que eram impossíveis de
prever como é a loucura do Daesh que não olha a meios para atingir os seus
fins. E em qualquer lugar e em qualquer momento. É isso que caracteriza o
terror e por isso o autodenominado Estado Islâmico (Isis) é uma organização
terrorista. E como não se pode colocar um polícia ou um soldado junto de cada
cidadão, vamos ver no que isto vai dar…
Todos estes considerandos que
pecam pela repetição de coisas de que quase toda a gente sabe. E mesmo também
não seja uma “novidade nova” – passe o pleonasmo… - tenho de mencionar que
praticamente em simultâneo Donald Trump, o eleito presidente dos Estados Unidos
da América e Vadimir Putin, presidente da Rússia declararam unilateralmente ser
necessário aumentar o poder nuclear de cada um dos respectivos países.
Não costumo fazê-lo,
mas este 2016 que felizmente está a acabar para mim foi também um ano mau. Não
lhe posso chamar como o fez Isabel um annus horribilis mas quase. Durante e logo no seu início começou a saga da morte por
cancro de muito bons Amigos que atingiu o cômputo de 23 o que foi muito
doloroso; o meu irmão Braz que vive e trabalha no Médio Oriente luta contra com
cancro na próstata.
O meu primogénito
Miguel (52), economista, ao fim de 23 anos como director administrativo e
financeiro da Avis (na qual recebe diversos prémios por ser o melhor) foi
despedido pela nova Administração, fez um acordo extrajudicial – mas anda à
procura de empego.
Eu próprio e de acordo
com a minha médica de família que pôs a hipótese, pensei ter Parkinson – o que
após dias de ansiedade felizmente não se confirmou; além disso, andei a
tratar-me de uma infecção pulmonar (aparentemente grave) que se veio a revelar
muito menos grave do que previa.
A minha mulher Raquel
continua com alguns problemas cardíacos que não se sabe bem o que são, embora
já tenha feito todos os exames e análises possíveis e imagináveis ainda que não
se tenham agravado. Enfim são os 75 e 76 anos… Perdoem-me o desabafo.
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