Por Antunes Ferreira
Se ainda houvesse alguém que duvidasse quanto ao poder
mundial das finanças elas desapareceriam como se fossem objecto de um passe de
magia: o problema em discussão na capital belga sobre as eventuais sanções a
Portugal e Espanha por causa de ambos os países terem ultrapassado o limite dos
3% dos respectivos PIBs é disso um bom exemplo. O “Pacto de Estabilidade e
Crescimento” (PEC) foi mais uma invenção de Berlim na Europa. E os países
“europeus” como é habitual seguiram o diktat germânico.
Hoje em dia os donos disto tudo na Europa são a chanceler
alemã Fräu Angela Merkel e o seu sinistro ministro das Finanças Wolfgang Schäuble,
sentado numa cadeira de rodas, como um buda fascistoide. Este último é o
paladino da aplicação imediata das sanções a Portugal e muitos mais o
acompanham. O prato da “balança europeia” parece cair inevitavelmente para elas
e anular o adiamento até este mês decretado pela Comissão. Este “acto de maldadezinha”
(?) tem assim muitos defensores, mas também há quem o rejeite.
Naturalmente Portugal, um dos dois interessados de que
não haja sanções reagiu a uma (?) voz contra elas. Desde o Presidente Marcelo Rebelo
de Sousa passando por António Costa e a “geringonça” até à Assembleia da
República são os porta-vozes dessa reacção. Porém não estão sós: o presidente
do Parlamento Europeu Martin Schultz, o secreta-geral da OCDE Angel Gurria são
exemplos desse não às sanções. Marcelo Rebelo de Sousa tem vindo a multiplicar
as suas afirmações sobre o tema e no dia de Portugal / de Camões ontem dividido
e bem nas comemorações entre Lisboa e Paris, a segunda capital portuguesa na
Europa, segundo o PR, o seu homónimo Hollande também terá apoiado o não.
Marcelo não gosta de Passos Coelho todos o sabem, as
velhas quezílias a propósito de poder no PSD provocaram danos que nunca foram ultrapassados,
nem sequer reparados. Quando o PR diz que há que esperar até às autárquicas, no
fundo quer dizer que há que esperar que nas autárquicas Passos seja derrotado e
caia. E Portas também não lhe cai bem,,, Pode dizer-se que o inquilino do
Palácio de Belém fala demais e sobre temas que não lhe competem – é verdade.
Mas ele é querido do povo português, simpático,
sorridente, fala bem e todos e misturando-se com os seus concidadãos, no polo
oposto do seu antecessor o múmia de Boliqueime que quando abria a boca nem
entrava mosca. A posição do Presidente, do Marcelo como se diz, quanto às
hipotéticas e malfadadas sanções vai directa aos corações e aos desejos dos
Portugueses. Também tem de se esperar pelo resultado deste braço de ferro.
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