Leio a opinião (quase) unânime de que as provas de aferição dos 4.º e 6.º anos de escolaridade são confrangedoramente facilitistas. E se assim é, como parece, significa que o ensino é facilitista. A título de exemplo (outros li), registo estes, que recolhi na última edição do Expresso:
-Matemática do 4.º ano
Escreve dois números ímpares maiores do que 100 (23% dos alunos erraram)
Calcula 415-21 e mostra as contas que fizeste (23% dos alunos erraram)
A Ana levou €10 para o campo de férias, onde esteve uma semana. Em cada um dos dias, a Ana gastou 50 cêntimos. Quanto dinheiro lhe sobrou? Mostra como chegaste à resposta (apenas 37% deram a resposta certa e justificada)
- Língua Portuguesa do 6.º ano
Indica o sujeito e o predicado de cada frase:
. A cegonha e a tartaruga leram um livro
. A leitura é muito importante
(40% não conseguiram ter a cotação total)
Completa as falas com as palavras "há", "à" e "ah": Nesta peça - cenas bem cómicas. -, diverti-me a valer! Vi mal algumas cenas. Tinha um espectador muito alto - minha frente. Paciência, - dias de azar. (36% não responderam correctamente na totalidade).
A minha dúvida é esta: em que momento do seu percurso escolar são os alunos ensinados e avaliados em conformidade? Note-se bem o grau de dificuldade das perguntas e o nível de respostas correctas. Que ensino está a ser ministrado nas nossas escolas? Que cidadãos estamos a formar? E queixamo-nos da produtividade do país?
Não, assim não vamos lá.
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1 comentário:
No meu tempo (já lá vão uns bons anos) a coisa era mais difícil. Concordo que assim é difícil prepararmos gente capaz.
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