sexta-feira, 19 de agosto de 2016

CONTRIBUTOS EXTERNOS - 2


 – A L E G R I A –

                                                                     
       Gil Monteiro*

Alegria é como o pó que existe no meio ambiente. Não se vê mas sente-se os efeitos, por vezes é incontrolável e forte. Por exemplo: o abraço a um filho emigrado ou a piada do colega Joaquim, que prima por estar calado! Fica-se contente, e resplandece, tal como a luz que nos alumia! Cuidado, a exceção pode matar! Podem ser foguetes potentes de morteiros, que nos cegam nos arraiais! Viver sempre (mesmo em espírito), entre o resplendor da luz perpétua será possível?!
Quando a alegria bate a jorros é de desconfiar, assim como chorar por muito rir. Depois de avaliar uma ópera cómica porquê chorar?!
Charles Chaplin foi um grande cómico muito ternurento. Tinha uma mímica mágica para as mulheres e crianças. Era um normal protetor dos carenciados. Chorar, perdido de riso, foi ver o filme Luzes da Ribalta, quando menino! Até conseguia “ver” as pulgas a saltar! Charlot continua a ser o meu herói!
Outra ternura, agora tanto em voga, é o trato dado aos animais de qualquer espécie, principalmente aos cães rafeiros, sem donos certos e afeiçoados. Há uma palavra muito expressiva e delicada  -  “partilhar” -   e quando se refere aos animais domésticos, enche o coração de carinho.
Quando o tempo de alegria passa, deixa um vácuo de sentimentos, onde só as lágrimas (mesmo vertidas para dentro!) ou para fora dos olhos, são o resultado, e clamam amor!



Amor do Céu ou do meio ambiente?! Deus é Pai e perdoa, mas a nossa própria mãe é, e será sempre a eterna paixão
Se o exército fosse formado por mulheres, a artilharia ia à falência e as camaratas das enfermarias não tinham ocupantes e, dificilmente havia terroristas ou suicidas. Daí serem tão desprezadas, desde a Babilónia – os romanos conquistavam e as romanas ouviam música. No Condado Portucalense assim se teria passado?!
O que levará a dança e a música a provocarem tantos sentimentos de satisfação e alegria?
No pequeno cortejo, a caminho da capela, para se realizar o casamento do último filho da viúva, o noivo ao ver a mãezinha a chorar, de coração aflito, pergunta:
 – Por que choras, querida Mãe?!
 – Não sei se é por tristeza ou alegria!...
Choveu. Casamento abençoado...

Porto, 3 de julho de 2016
                                                                       
*José Gil Correia Monteiro
                                         
                                            
                                                 


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