Por Antunes
Ferreira
Estranha é a
chantagem feita pela coligação que é Governo mas que também nessa qualidade
concorre às legislativas de Outubro, sob a sigla PàF, Portugal à Frente. A
palavra chantagem é forte? Talvez.
Mas, não sei como lhe hei-de chamar, perante a imposição do tipo ame-o ou
deixe-o, mas isso é no Brasil. Consulto a comunicação social e em especial a
RTP (que cada vez mais é um modelo da interferência governamental na sua
programação).
Diz a estação
televisiva pública (?) que “Em causa
está o número e o modelo dos debates televisivos na campanha para as próximas
eleições legislativas, em que a coligação do PSD e CDS defende que os dois
líderes devem estar nos debates com as restantes candidaturas, enquanto o PS
considera que cada candidatura deve ter apenas um representante”. Curiosamente
o jornalista Joaquim Vieira que é o presidente do
Observatório de Imprensa considera que a coligação não está a respeitar a lei
que as próprias bancadas de PSD e CDS-PP fizeram aprovar no Parlamento.
Este desdizer é atitude tão
recorrente que me pareceria mal abordar o tema sem tecer sobre ele os
considerandos que entendo dever fazer; já ouço os velhos do Restelo, aves
agoirentas, afirmar que “pois claro ele é suspeito porque também é filiado do
Partido Socialista…” Ora, se dúvidas houvesse, é do domínio público que o sou
e, aliás, já o escrevi neste mesmo blogue. Por isso, numa questão ,melindrosa
como esta, confesso que não sou imparcial. Noblesse oblige.
Quando escrevo desdizer sei
perfeitamente ao que venho saltar à estacada. Basta comparar as promessas
feitas por Coelho na campanha eleitoral que o levou ao poder com o que vem
acontecendo desde que chegou a São Bento. Porém a “coisa” não fica circunscrita
a esta comparação. Este (des)Governo é especialista em afirmar durante a manhã
que preto é preto, ao almoço que o preto é cinzento e à noite que afinal o
preto é… branco. E são tantos os exemplos que para enunciar quase todos
ser-me-ia necessário ter como registo a Velha Enciclopédia Britânica.
Retomo, agora e aqui o recurso à
comunicação social. Uma advertência porém. Não pretendo que este texto não seja
um repositório do que dizem os órgãos da informação. Um homem é um homem e um
gato é… um bicho; espero que a Sociedade Protectora dos Animais me releve esta
afirmação tradicional. Não quero ofender um bichano, antes pelo contrário, é
apenas uma forma de escrever. Honny soit…
Diz o
“Económico” que O PS considerou nesta sexta-feira que um debate televisivo em que
participem simultaneamente representantes do PSD e do CDS é "batota",
porque equivale a um jogo de futebol em que uma equipa joga com 11 e a outra
com 22.
"O PS estará em
todos os debates organizados de forma igualitária, ou seja, cada candidatura o
seu representante", disse o secretário nacional socialista aos
jornalistas, esta tarde, na sede do PS, em Lisboa. "Não podemos é estar
como num jogo de futebol em que a nossa equipa tem 11 e a outra equipa tem
22", salientou, dizendo que "só falta comprar o árbitro".
Em causa está o número
e o modelo dos debates televisivos na campanha para as próximas eleições
legislativas, em que a coligação do PSD e CDS defende que os dois líderes devem
estar nos debates com as restantes candidaturas, enquanto o PS considera que
cada candidatura deve ter apenas um representante.
"Na realidade,
toda a direita se juntou numa coligação para tentar travar a vitória do PS, e
agora querem sol na eira e chuva no nabal. Querem debates entre as
candidaturas, mas querem que a do PS tenha um representante e a candidatura da
direita tenha dois representantes", sintetizou Porfírio Silva, concluindo:
"Isto é batota".
O dirigente do PS criticou também o PSD e o CDS, argumentando que
"quem recusou as propostas das televisões e limitar os debates é o PSD,
quem quer fugir aos debates é o PSD" e sublinhando que "agora isto só
serve para lançar a confusão, o doutor Paulo Portas está a ajudar o doutor
Passos Coelho a tentar fugir aos debates, introduzindo uma confusão".
Nas declarações aos jornalistas, Porfírio Silva criticou ainda aquilo que considerou ser a "utilização de meios oficiais para atacar o PS e fazer campanha eleitoral", exemplificando com acções de Paulo Portas e Assunção Cristas.
Nas declarações aos jornalistas, Porfírio Silva criticou ainda aquilo que considerou ser a "utilização de meios oficiais para atacar o PS e fazer campanha eleitoral", exemplificando com acções de Paulo Portas e Assunção Cristas.
"Ainda ontem
[quinta-feira] o doutor Paulo Portas num acto oficial no Ministério fez um
ataque desbragado ao PS, [o que é] pura campanha eleitoral, e já hoje Assunção
Cristas, deputada à Assembleia da República por Leiria, assumiu por duas ou
três horas o papel de ministra para prometer a antecipação de subsídios a
produtores de fruta no distrito por onde é candidata", disse Porfírio
Silva.
A reacção do dirigente
socialista surge no mesmo dia em que a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP)
anunciou que sem a presença de Paulo Portas não participará no debate
televisivo de 22 de Setembro e que enviará o presidente do CDS-PP ao
frente-a-frente com o secretário-geral do PCP.
"Face à recusa
irredutível do PS e do PCP a que o CDS venha a participar em tal debate [de dia
22 de Setembro] consideramos que não estão respeitadas as regras básicas de
pluralismo para que estejamos presentes em qualquer modelo deste debate que não
respeite a participação de todos os que tendo assento parlamentar desejem estar
presentes, no respeito pelo estipulado no n.º 2 do Art.º 7º da Lei 72-A/2015,
de 23 de Julho", anunciaram em comunicado.
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