Desde
que José Sócrates foi preso preventivamente, que o Sindicato dos Guardas
Prisionais, na pessoa do seu Presidente, tem dito e até reivindicando os
maiores disparates.
Primeiro
o sindicalista insurgiu-se pelo facto de Sócrates – a quem ele nunca tratou
pelo nome, mas sim como “o referido recluso” – ter muitas visitas; depois insurgiu-se
porque Sócrates recebia muitas encomendas. Num e noutro caso o indivíduo pedia
mais guardas, porque os existentes, coitadinhos, estavam a ter muito mais
trabalho! Quer dizer que o tipo estava a aproveitar-se da medida de coação
imposta a Sócrates para conseguir os seus intentos reivindicativos.
Mas,
não se ficou por aqui. Não se percebe com que intenção veio denunciar três
situações, próprias dum chamado “bufo” dos maus tempos do Estado Novo: que José
Sócrates tinha na cela um cachecol do Benfica; que usava botas não condizentes
com o regulamento; e, “crime dos crimes!!!”, que o ex-primeiro-ministro fazia
telefonemas dum sítio não autorizado da prisão. Que dizer desta atitude? Eu
digo que o cavalheiro que preside ao dito sindicato, tem qualquer trauma com
Sócrates e quer agora vingar-se, numa altura em que ele está na mó de baixo.
Mas Miguel Sousa Tavares, num artigo publicado no Expresso escreve: “Isto não é sindicalismo: é canalhice, pura
e simples. É a miserável valentia lusitana de pisar e descalçar as botas a quem
já está caído”.
Com
a devida vénia, subscrevo o que Miguel Sousa Tavares escreveu. E pergunto: Isto
é sindicalismo sério? Não é, de certeza.
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