quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

COMO DIZ?


Da História, da língua e da ortografia

 Retiro da carta de um leitor a um jornal:

"Já em 1969, o Chefe de Estado, Marcello Caetano, anunciava  que se iria construir um novo aeroporto)".

(Sublinhado meu)

Que eu saiba, esse Marcelo era Presidente do Conselho (de Ministros).


No mesmo jornal, leio um artigo de um escritor, descendente de um dos melhores escritores de língua portuguesa:


"...e o propósito de perder vinte e cinco quilos e trezentas e trinta e três gramas..."

(Sublinhado meu) 

E assim vamos escrevendo, lendo e ouvindo.



2 comentários:

Janita disse...

Olha, mas então agora deu em crítico de literatura jornalística? Também não seja tão rigoroso e exigente!
Olhe que no seu segundo reparo ( agora até fico com medo quando comentar aqui, não vá meter água com o meu português semi-arcaico...) o tal escritor descendente de Eça de Queiróz, só se 'enganou' nos trezentos gramas. O resto seria tudo igual, ou não? Se sim, porque razão sublinhou os trinta e três gramas também?

Peço mil perdões pelo meu atrevimento em vir criticar a sua crítica, amigo José, mas estou apenas a brincar consigo.
Respeito e considero muito as suas abalizadas (avalizadas é outra coisa, né?) opiniões, como bem sabe.

Já agora permita-me que siga o raciocínio do tal escritor que até já foi laureado com o Prémio Leya, não é verdade?
Escreveu ele a páginas tantas:

A inscrição habitual num ginásio, e o propósito de perder vinte e cinco quilos e trezentas e trinta e três gramas, não são apenas para que o novo eu consiga passar pela porta. Mesmo na boa forma física, ambicionamos para o ano seguinte um ideal, e entregamo-nos inteiros à ilusão de que o eu próximo será melhor do que o eu de ainda agora.

Ora nem mais, no Novo Ano que aí vem, o descendente de Eça espera fazer ainda mais e melhor. Há que deixá-lo evoluir devagarinho... :)

Beijinhos.

500 disse...

C'um caraças, que arrazoado!
Vamos por partes e ver se não esqueço nada.
Sublinhei tudo por erro, mas até fica mais enfático.
Como sabe, sou leitor compulsivo, não só de livros mas também de jornais (assino dois, além de dois semanários, nenhum é o CM), um dos quais parece que também lê dado que descobriu a autor das gramas. E, sim, para além das notícias (nem todas), leio as crónicas de alguns autores e as cartas à redação. E porquê estas últimas? Se bem que tais leitores/comentadores sejam quase sempre os mesmos, as suas opiniões vão-me dando o "ar", o "clima" da sociedade e a sua evolução. Concordo ou não com o conteúdo, mas por vezes fazem-me ver por um ângulo diferente.
Esqueci alguma coisa?
Um beijinho