__ DIA DE ANOS __
Gil Monteiro*
Anos, anos, anos!...
Bolo e velas a luzir.
Cantam-se os parabéns.
Ouvem-se palmas, abrem-se prendas
Na capela, a
luz das candeias fazem tremeluzir,
Por Maria e José serem padrinhos!
O Sr. Abade traduzia a prédica,
Seguindo a Velha Religião.
Nas aldeias pobres não havia festa.
As prendas na feira: Brinquedos antigos;
E podiam conter
uma ou outra peça de roupas
Pois no inverno as camisolas eram poucas (!
Colheitasboas, até a cabra paria dois cabritos:
Passados meses, produzia-se o requeijão.
Com os socos fortes, e pregados de tachas,
Calcar os gelos da rua, som do telintar de apitos!
Na Escola, o Sr. Antunes cantava e ensaiada bailados,
Como mostrava, à maralha, em frente da vetusta capela:
---- Viva o Zé Concertinas, o bombo e os ferrinhos!
Dos bailes saiam, os pares meiguinhos!...
Porto,
9 de dezembro de 2017
*José Gil Correia Monteiro
*José Gil Correia Monteiro
2 comentários:
Um bonito poema de um Natal de Aldeia, de tempos idos.
Agora ninguém já calça socos cardados
e nas Capelas não se iluminam os Santos
à luz da candeia.
Por todo o lado há fogueiras
e modernos bailados.
:)
É como diz, mas o meu Amigo gosta de regressar sempre à sua experiência de menino.
bji.
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