quinta-feira, 19 de outubro de 2017

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Um pesadelo horrendo

Por Antunes Ferreira

Foi dum pesadelo, a depressão bipolar, que consegui sair e quase não acredito que bastou um clique para aparecer a recaída e outro clique para recomeçar a viver… Sejamos claros: durante quase um ano em Lisboa e Goa e de novo em Lisboa fui uma pedra de basalto sem ligar ao que se passava à minha volta, à minha família, às minhas Amigas e aos meus Amigos que sempre, mas sempre! me empurraram para um caminho ressuscitado. Nunca lhes poderei agradecer.
Mas mesmo assim faço-o do fundo do coração, sabendo que nada valho, intercalado com um muito obrigado. A vida é madrasta e não há rosas sem espinhos, nem semente semeada que dará em tempo oportuno o fruto da felicidade. Porém quase um ano não a consegui desatar de um silêncio desumano, marmóreo e tumular.
Donde quero uma vez mais sublinhar os resultados que consegui alcançar e chegar aos objectivos mais consentâneos e resumidos no que o povo diz – esta vida são dois. Contudo o ano horribilis durou pelas minhas contas 303 dias. Um tsunami bipolar é mais do que descer aos infernos sem saber que os podia deitar fora pela janela aberta da felicidade e da euforia que queria voltar a desfrutar.
Perdoem-se leitores este desabafo que é mais confissão; embora não tenham sido parte duma dor que senti na pele e na carne que não me era possível sair desse nevoeiro sem cavalo branco nem sebastião, sempre estiveram comigo nas horas mais más. Repito: a vida é madrasta e o contar dos dias desanimados e trucidados por mor de uma maleita indiscritível é uma vereda negra que nos amarga os meses ´perdidos dum calendário também perdido e lancinante.

Hoje fico-me por aqui na companhia duma Grande Mulher de nome Raquel que me acompanhou como sempre me acompanha nos dias mais ácidos duma doença que nos tira o amor à Vida. Depois no sábado virão os filhos e as filhas/noras e os netos e a neta que são para mim os melhores do Mundo. Do Mundo? Do universo sem buracos negros nem cassiopeias mas estrelas brilhantes que nos dão o alento para alcançar o objectivo mais ansiado - viver.


Temos o HAF de volta.

2 comentários:

Janita disse...

E como já tive o grato prazer de o dizer, lá, no teu espaço, muito nos alegra que a tormenta tenha passado. Agora só tens de ficar atento aos sinais, HenriquAmigo e não descurares a medicação.
És um osso duro de roer e fibra para lutar contra a adversidade, não te falta. Tens também a sorte de ter a teu lado uma Grande Mulher; a tua Raquel que muito admiro e por quem nutro um profundo respeito.

Um abração para ti, outro para o CunhAmigo :) e um beijinho para a Raquel.

500 disse...

Ó Anrique, já fui comentar o teu texto na Travessa. Estás, de novo, em grande forma.
Abr.