domingo, 2 de abril de 2017

CONTRIBUTOS EXTERNOS

-- » ONDAS  « --
                                                           

   GIL Monteiro*

Ir na onda é uma boa recordação do mar. As vagas curtas, junto à praia, são dóceis e amigas dos exercícios físicos, e da natação. Dá prazer oscilar nas ondas curtas de águas marinhas e temperadas. O prazer sente-se, e são gostosas as brincadeiras com as crianças, como fossem pequenos marinheiros. Os nadadores salvadores, de sorrisos atentos, não usam os apitos. De mãos atrás das costas, velam as cabeleiras fulvas e encharcadas das meninas, sendo a praia as montras do passeio alegre! Só os meninos das pranchas mais afoitos levam umas apitadelas, para regressarem à preia-mar. Os barulhos são tão suáveis que as gaivotas apanham pão nas barracas!

            Apanhar uma onda, e vir de boleia até à areia seca, é um encanto. É pena haver tantos barquinhos e pranchas a atrapalharem, limitando os caminhos!


A ondulação devida às atrações lunissolares, ventos e marés têm os seus horários próprios. Há que não fazer confusões e escolher as ondas calmas do mar para a terra, e observar bem os banheiros e bandeiras! O deslocamento em pranchas e surf é outro consolo... As sacudidelas são melhores que as dos carrinhos de choques, no tempo do S. João, na rotunda da Boavista! Viver na cidade do Porto é um privilégio, desde o mar, a temperatura, e os manjericos aos alhos-porros.

            

Para as pessoas mais lestas e brincalhonas, jogar aos pirolitos e mergulhos, recordam os golfinhos quando se tem o prazer de os ver por perto, Ver as suas meiguices são sonhos. As horas perdidas para os encontrar são bem achadas!

         
          Recordamos que os golfinhos e as orcas têm o maior grau de inteligência dos animais terrestres. Os seres mais finos do Céu serão os anjos?! Os santos e santas não são chamados. Estão nas suas sete quintas, como afirmava a minha Mãe!...

             S. José deve comandar os santos e apóstolos, e a Virgem Maria; ou será Nossa Senhora a comandar?! Lá saberemos na hora da morte...

Os maus serão exterminados, restando purgatório a caminho do Céu para os pecadores. Será o meu caso?

Quem teve a sorte de passear de barco (nau) passou momentos de pura ilusão: ouviu o marulhar das ondas e aves marinhas (andorinhas?) circulando a amurada; o mar era um espelho de água, recusando qualquer saco de lixo! Faina de marinheiros em delicado lazer...

Mergulhos na piscina do barco ao som do bater da água no convés eram saltos de mostrengos! Mas, as crianças não tinham medo.

Os veleiros e caravelas não têm pregos, são tornos de madeira que rematam e unem as fortes tábuas.

Assim, a ferrugem é fintada, ainda que os metais estão constantemente a serem pintados. Mas, repito, não há ferros para uniões

Às vezes, as vagas batem no tombadilho e regressam ao mar alto, e não assustam...



Porto, 19 de março de 2017

                                                                 *José Gil Correia Monteiro

Sem comentários: