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GIL Monteiro*
Ir na onda é uma boa
recordação do mar. As vagas curtas, junto à praia, são dóceis e amigas dos
exercícios físicos, e da natação. Dá prazer oscilar nas ondas curtas de águas
marinhas e temperadas. O prazer sente-se, e são gostosas as brincadeiras com as
crianças, como fossem pequenos marinheiros. Os nadadores salvadores, de
sorrisos atentos, não usam os apitos. De mãos atrás das costas, velam as
cabeleiras fulvas e encharcadas das meninas, sendo a praia as montras do
passeio alegre! Só os meninos das pranchas mais afoitos levam umas apitadelas,
para regressarem à preia-mar. Os barulhos são tão suáveis que as gaivotas apanham
pão nas barracas!
Apanhar uma onda, e vir de boleia
até à areia seca, é um encanto. É pena haver tantos barquinhos e pranchas a atrapalharem,
limitando os caminhos!
A ondulação devida
às atrações lunissolares, ventos e marés têm os seus horários próprios. Há que
não fazer confusões e escolher as ondas calmas do mar para a terra, e observar
bem os banheiros e bandeiras! O deslocamento em pranchas e surf é outro
consolo... As sacudidelas são melhores que as dos carrinhos de choques, no tempo
do S. João, na rotunda da Boavista! Viver na cidade do Porto é um privilégio,
desde o mar, a temperatura, e os manjericos aos alhos-porros.
Para as pessoas mais lestas e
brincalhonas, jogar aos pirolitos e mergulhos, recordam os golfinhos quando se
tem o prazer de os ver por perto, Ver as suas meiguices são sonhos. As horas
perdidas para os encontrar são bem achadas!
Recordamos que os golfinhos e as
orcas têm o maior grau de inteligência dos animais terrestres. Os seres mais
finos do Céu serão os anjos?! Os santos e santas não são chamados. Estão nas
suas sete quintas, como afirmava a minha Mãe!...
S. José deve comandar os santos e
apóstolos, e a Virgem Maria; ou será Nossa Senhora a comandar?! Lá saberemos na
hora da morte...
Os maus serão
exterminados, restando purgatório a caminho do Céu para os pecadores. Será o
meu caso?
Quem teve a sorte de
passear de barco (nau) passou momentos de pura ilusão: ouviu o marulhar das
ondas e aves marinhas (andorinhas?) circulando a amurada; o mar era um espelho
de água, recusando qualquer saco de lixo! Faina de marinheiros em delicado
lazer...
Mergulhos na piscina
do barco ao som do bater da água no convés eram saltos de mostrengos! Mas, as
crianças não tinham medo.
Os veleiros e
caravelas não têm pregos, são tornos de madeira que rematam e unem as fortes
tábuas.
Assim, a ferrugem é
fintada, ainda que os metais estão constantemente a serem pintados. Mas,
repito, não há ferros para uniões
Às vezes, as vagas batem
no tombadilho e regressam ao mar alto, e não assustam...
Porto, 19 de março
de 2017
*José Gil Correia Monteiro
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