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Senhora Merkel continua, por culpa dos nossos actuais governantes, a falar de
Portugal como se fôssemos um país menor a quem ela quer traçar directrizes
políticas, que às vezes parecem mesmo ordens para a cambada que nos governa. E fá-lo
com um ar de superioridade, não se lembrando que viveu muitos anos “debaixo da
pata” comunista da URSS. Ou, se calhar, lembra-se e, talvez por isso, aja desta
forma.
Vem
isto a propósito do que ela disse durante uma intervenção na confederação das
associações patronais alemãs: “Países
como Portugal e Espanha têm demasiados licenciados, o que faz com que não
tenham noção das vantagens do ensino vocacional”. E mais: “que o enfoque nos estudos universitários
como um feito de topo da carreira é algo do qual deve haver um afastamento”.
Que
pretende a Sra Merkel com isto? Em Portugal a percentagem de adultos que
completaram estudos superiores ronda os 18%, enquanto na Alemanha e na União
Europeia ronda os 25%. Então, posso inferir que Merkel não quer os portugueses tão
habilitados como os alemães e outros europeus. No fundo o que ela quer é que
Portugal continue a ser exportador de mão-de-obra barata!
Mas
o pior de tudo é que a dita senhora se arroga em nossa chanceler – poderes que
não tem, já que nunca foi sufragada pelos portugueses em quaisquer eleições.
Ah, é preciso lembrar-lhe que a Alemanha não desapareceu na primeira metade do
século passado porque muitos dos países europeus (e não só) não quiseram. Bem
pelo contrário, para que a Alemanha se levantasse dos cacos em que ficou
injectaram nela muito dinheiro, com prejuízo das suas economias e,
consequentemente, dos seus cidadãos. Infelizmente, está rodeada de supostos
neoliberalistas de pacotilha, como Passos Coelho e até há pouco um tal de José
Barroso. Para nossa desgraça!
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