Na sua caminhada de candidato a líder do PS, Francisco Assis sabe que luta contra aquilo a que é comum referir-se como o "aparelho do partido", que no fundo são as pessoas que na estrutura nacional e nas estruturas locais gerem a nível interno o partido, conhecem bem os seus militantes, muitos dos quais o são por seu convite e por sua proposta, e que em muitos casos lhes são gratos por algumas "atenções" com que foram contemplados. Mas o "aparelho do partido" não existe só no PS. Todos os partidos democráticos de todos os estados democráticos têm os seus "aparelhos". É claro que no Partido Comunista não há "aparelho".
Ora, Francisco Assis sabe bem que é muito difícil ganhar uma eleição interna num partido lutando contra o dito aparelho. Veja-se o caso do PSD em que um candidato que até tinha meses antes ganho as eleições europeias, conseguindo inverter a lógica da altura, foi derrotado pelo candidato que tinha o apoio do aparelho do seu partido. Francisco Assis também ainda não esqueceu que foi vítima do aparelho local do PS de Felgueiras, onde em acção política de reprovação da recandidatura de Fátima Felgueiras, foi agredido. Também sabe Francisco Assis que, por acção dos aparelhos , sempre que há eleições internas ocorre um extraordinário aumento de pagamento de quotas por parte de muitos militantes que durante muito tempo não participam na vida do partido, mas que vão aparecer para votar. E, mais uma vez, é justo que se diga que isto ocorre em todos os partidos. Daí Francisco Assis ter falado que vai lutar contra um grupo de dirigentes intermédios que dominam o partido e que é preciso acabar no PS com "os passageiros clandestinos". Não posso estar mais de acordo com ele.
Entretanto, li hoje no jornal Público um artigo de opinião do militante socialista Artur Penedos, que critica Francisco Assis e que o acusa de "ultrapassar os limites da decência e do respeito que é devido a toda a família socialista". E, pergunto eu. Senhor Artur Penedos: quem é a família socialista a que se refere, aqueles como o senhor que foi várias vezes eleito deputado do partido e que quando não foi eleito, embora sendo candidato, acabou por ser nomeado assessor, chefe de gabinete ou outra coisa importante de um qualquer dirigente socialista? Não, senhor Penedos. A família socialista são os mais de um milhão de portugueses que votam sempre ou quase sempre no partido.
Será que já há quem "enfie a carapuça"? Se calhar já há.
1 comentário:
Esso Artur Penedos devia ser BANIDO da SOCIEDADE
Enviar um comentário