quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

A DEMISSÃO DE PORTAS

Não me surpreende a decisão de Paulo Portas.
O Paulinho deve ter concluído que não há eleições a curto prazo, já que geringonça vai durar mais do que ele inicialmente supunha, até porque nenhum dos candidatos à presidência da República parece estar disposto a correr o risco. Como é que haveria de ficar na oposição, num lugar secundário, sem brilho, já que o "chefe" da oposição será (até ver) o Passos Coelho? Seria somente um dos 320 deputados da AR a quem ninguém estaria disposto a ouvir. Não teria palco junto das feiras, dos velhinhos, dos contribuintes pobres, nem riscos vermelhos a não ultrapassar. Não, não podia ser. O seu ego ficaria ofendido. Há, por isso, que dar o fora, "nomear" um sucessor interino e, se e quando o vento mudar, aparecerá de novo para salvar o partido e a Pátria. O CDS voltará a cair-lhe, agradecido, no colo. Só que, nessa altura, já não haverá quem dele se recorde ou dele ainda se recorde muito bem.
Entretanto, vai ter que arranjar um palco para não cair no esquecimento. Qual será? A curto prazo saberemos, estou certo.

O adeus de Portas? Até quando??

Se me tivessem perguntado há um mês, pouco depois da posse do actual Governo, se eu achava que Paulo Portas iria anunciar que não se recandidataria a líder do CDS, eu diria que não. Continuaria a liderar o partido. Mas, confesso, que quando li a notícia no rodapé de um dos canais televisivos, não fiquei nada surpreendido. Como surpreendido não ficarei se ler ou ouvir em última hora, agora ou, até quem sabe, daqui a dois, três ou mais anos, que Portas volta a ser candidato a liderar o seu PP. Não é ele um enorme malabarista que revoga decisões irrevogáveis? Era a primeira vez que Portas saída da liderança para voltar, triunfante e com ar de salvador, a ser líder? E, ainda: há alguém, com ar sério, que afirme ter a certeza que Portas não voltará a sê-lo? Claro que não há. Direi mais; quando voltar a cheirar a poder aí estará o Paulinho das feiras, qual judas, a cumprimentar o então líder, num congresso, num conselho nacional ou outra qualquer reunião importante, e a anunciar entretanto em surdina que vai candidatar-se à liderança. Não foi assim que ele subiu ao poder? Manuel Monteiro sabe-o bem.
A Direita que desgraçadamente nos governou quatro anos, não só não assume os erros que cometeu, mas pior do que isso, arranja argumentos cretinos – não encontro outro termo mais apropriado – para imputar a culpa das consequências desses erros aos outros.
Bem isto a propósito do caso BANIF. Foi notícia mais que apregoada na Comunicação Social que o caso Banif se arrastava há mais de três anos, sem que o governo pafioso de Passos e Portas o quisesse resolver. Bem pelo contrário. Mesmo com muitas chamadas de atenção de algumas entidades internas e externas, com maior ênfase para o Banco de Portugal e a Comissão Europeia, o governo pafioso, mandando às urtigas o interesse público, já que o Estado era o acionista maioritário, varreu o assunto para debaixo do tapete, tantas vezes quantas foram necessárias. Ah, e o mesmo destino teve uma carta importantíssima que uma comissária europeia mandou a miss Swaps – Maria Luís Albuquerque –, a mulher dos cofres cheios!!
Tal desleixo levou a que a solução agora possível, passado tanto tempo, fosse a resolução do Banco, com custos para as finanças do Estado que é a mesma coisa que dizer: com custos para os contribuintes.
Aparece agora a Direita pafiosa, pela voz de alguns deputados ou deputadas, com mais jeito para a cretinice, a gritar que a culpa foi da notícia dada pela TVI e, sobretudo de quem lhe passou a informação, de que estava prevista a resolução do banco, o que levou à corrida aos levantamentos por parte dos clientes.

Só mentes doentes e, sobretudo ressabiadas chegariam a tanto. Não há palavras para definir esta gente!! 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

PAULO PORTAS

Vejo em rodapé, num canal televisivo, que Paulo Portas não vai recandidatar~se à liderança do CDS-PP, e que a decisão é definitiva. Ou será irrevogável? 
Que faremos nós sem a presença do Paulinho por essas feiras fora? E quem se segue? A menina Cristas? O que está a dar é mulheres, sem qualquer tipo de intenção...

LIDO

Nicolau Santos
Por Nicolau Santos
Diretor-Adjunto

28 de Dezembro de 2015

Os Emídios Catuns que nos pregaram um calote de 6,3 
mil milhões e andam à solta



Bom dia.


Desculpem, mas não há peru, rabanadas e lampreias de ovos que me façam 

 passar o engulho da fatura que neste final do ano veio parar outra vez aos 
 bolsos dos contribuintes por mais um banco que entrega a alma ao criador,
 no caso o Banif, no caso mais 3 mil milhões. É de mais, é inaceitável, é uma 
ignomínia para todos os que estão desempregados ou caíram no limiar da
 pobreza por causa desta crise e mais uma violência brutal para os que
 continuam a pagar impostos (e que são apenas cerca de 50% de todos
 os contribuintes).

Todos nos lembramos do cortejo dos cinco maiores banqueiros portugueses

(Ricardo Salgado, Fernando Ulrich, Nuno Amado, Faria de Oliveira e
 Carlos Santos Ferreira) a irem ao Ministério das Finanças e depois à TVI 
exigir ao então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para pedir ajuda 
internacional. Todos nos lembramos como o santo e a senha da altura era o 
da insustentável dívida pública portuguesa por erros de gestão do Governo 
de José Sócrates. Todos nos lembramos das sucessivas reafirmações de que 
a banca estava sólida por parte do Banco de Portugal e do governador Carlos 
Costa. Todos nos lembramos dos testes de stress aos bancos conduzidos pela 
Autoridade Bancária Europeia – e como os bancos nacionais passaram sempre
 esses testes. E depois disso BPI, BCP, CGD e Banif tiveram de recorrer à linha 
de crédito de 12 mil milhões acordada com a troika. E depois disso o BES implodiu

– e agora o Banif também. E depois disso só o BPI pagou até agora tudo o que lhe 

foi emprestado. E antes disso já o BPN e o BPP tinham implodido. E a Caixa 
vai ter de
 fazer um aumento de capital. E o Montepio é uma preocupação. É de mais! 
Chega! Basta!

No caso do Banif, é claro que o governador Carlos Costa tem enormes 

responsabilidades na forma como o problema acabou por ter de ser resolvido. 
No caso do BES foi ele também que seguiu a estratégia da resolução, da criação 
do Novo Banco e do falhanço total dessa estratégia – a venda rápida que não
 aconteceu, a venda sem despedimentos que também não vai acontecer, os 17
interessados que afinal eram só três, as propostas que não serviam, e o banco 
que era para ser vendido inteiro e agora vai ser vendido após uma severa cura 
de emagrecimento. É claro também que a ex-ministra das Finanças, Maria Luís 
Albuquerque, tem responsabilidades diretas no caso, por inação ou omissão. 
E é claro que o ex-primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, geriu politicamente 
o dossiê.

Mas não confundamos os políticos e o polícia com os bandidos, com os que 

 levaram a banca portuguesa ao tapete. E para isso nada melhor do que ler o 
 excelente texto que o Pedro Santos Guerreiro e a Isabel Vicente escreveram 
na revista do Expresso da semana passada com um título no limite mas que é
 um grito de alma: «O diabo que nos impariu» - ou como os bancos nacionais 
destruíram 40 mil milhões desde 2008. Aí se prova que houve seguramente 
muitos problemas, mas que a origem de tudo está no verdadeiro conúbio lunar 
que se viveu entre a banca e algumas empresas e alguns empresários do setor da 
construção. Perguntam os meus colegas: «Sabe quem é Emídio Catum? É um desses empresários da construção, que estava na lista de créditos do BES com empresas 
que entretanto faliram. Curiosamente, Catum estava também na lista dos maiores 
devedores ao BPN, com empresas de construção e imobiliário que também faliram».
 E como atuava Catum? «O padrão é o mesmo: empresas pedem crédito, não o pagam, 
vão à falência, têm administradores judiciais, não pagam nem têm mais ativos para
pagar, o prejuízo fica no banco, o banco é intervencionado, o prejuízo passa para o
 Estado». Simples, não é, caro leitor?

A pergunta que se segue é: e o tal de Catum está preso? Não, claro que não. E assim, 

de Catum em Catum, ficámos nós que pagamos impostos com uma enorme dívida 
para pagar que um dia destes vai levar o Governo a aumentar de novo os impostos 
 ou a cortar salários ou a baixar prestações sociais. Mas se fosse só o Catum…
 Infelizmente, não. Até as empresas de Luís Filipe Vieira deixaram uma dívida 
de 17 milhões do BPN à Parvalorem, do Estado, e tinham ainda por pagar 600 
 milhões de crédito do BES. O ex-líder da bancada parlamentar do PSD, Duarte Lima, 
deixou perdas tanto no Novo Banco como no BPN. Arlindo Carvalho, ex-ministro 
cavaquista, também está acusado por ilícitos relacionados com crédito concedido 
pelo BPN para compra de terrenos. E um dos homens fortes do cavaquismo, 
Dias Loureiro é arguido desde 2009 por compras de empresas em Porto Rico e
 Marrocos, suspeita de crimes fiscais e burlas. Mas seis anos depois, o Ministério 
Público ainda não acusou Dias Loureiro, nem o processo foi arquivado.

Dos 50 maiores devedores do BES, que acumulavam um crédito total de dez mil 

milhões de euros, «o peso de construtores e promotores imobiliários é avassalador».
No BPN, «mais de 500 clientes com dívidas iguais ou superiores a meio milhão de 
euros deixaram de pagar». E a fatura a vir parar sempre aos bolsos dos mesmos. 
Por isso, o artigo de Pedro Santos Guerreiro e Isabel Vicente é imperdível. Para
ao menos sabermos que o que aconteceu não foi por acaso. Que muita gente não
 pagou o que devia ou meteu dinheiro ao bolso – e esperou calmamente que o
 Estado viesse socializar os prejuízos enquanto eles privatizaram os lucros.


Nicolau Santos, in Expresso online

MEMÓRIAS

Neste dia, em 1937, morre o compositor francês Maurice Ravel 








Escolhas, entre milhares, das versões do 'Bolero', a sua obra mais conhecida

sábado, 26 de dezembro de 2015

MEMÓRIAS

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Neste dia, em 2001, morre Nigel Hawthorne, o Sir Humphrey da série "Sim, Senhor Ministro"




quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

MEMÓRIAS

Neste dia, em





1922, nasce Ava Gardner, actriz norte-americana





em 1984, morre Peter Crawford, actor norte-americano 



BOAS FESTAS

Aos meus amigos, em geral, e aos visitantes do blogue, em particular, os meus votos de Boas Festas

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

CONTRIBUTOS EXTERNOS

Rans à Presidência

Por Antunes Ferreira


O folclore político português tem cenas de rir à gargalhada. Teria, aliás, se não fossem tão tristes e más. Os protagonistas, ou seja os chefes das bandas, são sempre os mesmos; no caso de eleições, o vira minhoto é quem manda:” ora agora viras tu, ora agora viro eu…” ou seja a ida às urnas é assim a modos do que diz o povo: “vira o disco e toca o mesmo…” E as promessas que os candidatos fazem (se forem cumpridas?) são iguais às voltas do vira “e torna a virar, as voltas do vira são boas de dar”.
Passado o Natal, com o tradicional bacalhau cozido com todos, com o peru recheado e assado no forno, com as filhós, o bolo-rei e as prendas possíveis, com a árvore (Made in China), com o presépio, aliás do mesmo local de produção, o pessoal vira-se para as presidenciais, porque as legislativas já eram, porque o Governo de António Costa já mexe, porque sim. Para as quais, candidatos são o que não falta; qualquer deles tendo obrigatoriamente o destino traçado: ser melhor do que Cavaco Silva – o que é facílimo.
O próprio Ano Novo que, de fralda descartável e chupeta, se prepara para empurrar para a terra do nunca mais um 2015 caquéctico, em cadeirinha de rodas e garrafa de oxigénio, não fora essa missão de cumprir os seus 365 dias, também se canditaria à Presidência da República. Vejamos: se já temos uma Belém candidata a Belém, por que bulas o Ano Novo não poderia fazer parte da pole position? A corrida não é dominada pelo apartheid, que se saiba.
Na quarta-feira, aconteceu o inevitável: Vitorino Silva, o calceteiro do Porto, é o novo concorrente. Excelente, mais uma, menos um, sempre cabem todos. Mas quem é este cidadão? Vitorino Francisco da Rocha e Silva nasceu em 1971 na terra pela qual ficou conhecido, Rans. Tornou-se célebre durante um congresso do Partido Socialista com um discurso inusitado. Tino de Rans já foi presidente da Junta de freguesia de Rans, participou no reality show Big Brother VIP, o terceiro da série produzida e apresentada por Teresa Guilherme. Do seu volumoso currículo ainda consta que tem músicas e livros editados. Assumiu um objectivo: pôr o povo a sorrir, ou seja devolver a alegria à plebe. Isto porque os Portugueses andam tristes.
Pudera não, depois de quatro anos de crise e de austeridade e do conluio entre Cavaco, Passos Coelho e Portas, em que a principal actividade foi varrer o que estava – e está – mal para baixo do tapete, haveria sujeitos que andassem alegres?… E, pelos vistos, a procissão ainda nem chegou ao adro. O Governo do PS, com o apoio parlamentar (?) do BE e do PCP, tem pela frente muitos tapetes e muita porcaria.
Porém, isso não impede de registar (e de aplaudir) a candidatura de Tino de Rans que, no acta de apresentação das listas de apoiantes acentuou que tinha “muito respeito por quem assinou por mim neste percurso porque o terreno foi duro mas tenho a certeza que é no terreno mais duro que nasce o melhor néctar” e ainda que "quando nas sondagens falam de dois ou três candidatos e chamam `outros´ aos outros fico triste porque eu não me chamo `outro´. Tenho nome, tenho dignidade", disse, sublinhando que até ao momento "ninguém teve um voto".

Aí, seu Tino, a sua candidatura é de homem, tal como as restantes, só com uma excepção: a Dr.ª Maria de Belém.



BOM NATAL




Resultado de imagem para postais de natal originais 2013



 A Todos quantos visitam o nosso blog e têm a paciência de nos ler, desejo


UM BOM NATAL

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A saída não foi limpa; foi suja, e bem suja!

Afinal a saída, a célebre saída da Troika, não foi limpa. Bem pelo contrário. Pelos vistos foi bem suja!
Desde Maio de 2014 e com mais ênfase desde Maio de 2015, já perto, muito perto, das últimas eleições legislativas, que nos fartámos de ouvir Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, Paulo Portas – o relojoeiro de serviço de então – e muitos outros governantes e dirigentes políticos da Direita a falarem da “saída limpa” da Troika. Queriam dizer que o programa de assistência económica e financeira tinha terminado com sucesso e que Portugal estava agora pronto a iniciar um caminho de recuperação. Para eles pouco importava que a dívida tivesse aumentado assustadoramente, que o desemprego real estivesse muito acima do comportável, que o défice não estivesse ainda controlado, que o chamado Estado Social estivesse feito em fanicos e, sobretudo, que a miséria tivesse aumentado. Nada disso para a gente da Direita era importante. Importante para eles era dizer alto e bom som, e se possível com cara de safado, que tinha havido “Saída Limpa”. E nisso Portas era (será que ainda é?) mestre.

Pois bem, afinal confirma-se agora a suspeita que muitos de nós tínhamos: A saída não foi limpa; Foi suja, muito suja! E se ao muito do que foi varrido para debaixo do tapete  e que ainda virá  ao de cima, juntarmos esta vergonha do caso BANIF, ficamos com a certeza de que fomos governados na última legislatura por um bando de trapaceiros.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

MAIS CAVACO. JÁ É DEMAIS




Executivos e Cavaco debatem competências para o país





Executivos e Cavaco debatem competências para o país


Económico

A que título anda este senhor a incomodar as pessoas, 
se já ninguém tem 
paciência para o ver e ouvir?

A MISS SWAPS

Maria Luís: "Há claramente um problema de supervisão"

Ex-ministra das Finanças, à TVI, diz que situação do Banif "sempre foi uma solução difícil" e que tem dúvidas sobre os montantes definidos para a resolução.
Económico
Quem reconduziu o governador do Banco de Portugal? Foi o motorista da ex-ministra?
A situação do Banif "sempre foi uma solução difícil", por isso é melhor ir empurrando com a barriga até ver se sai o euromilhões?
E agora diz ter dúvidas sobre "os montantes definidos para a resolução"?
Enquanto se pavoneava pela "Europa", a senhora Maria Luís não sabia o que se passava? Ou não lhe interessava saber? 
Esta gente não se enxerga?
Valha-me S. Cricalho, como costuma dizer um amigo meu. 
Espero que o Mário Centeno faça um pouco melhor. E que "convide" o senhor Carlos Costa a pedir a reforma. 

QUEM SE SEGUE?

Pagámos o BPN, o BES (e muitos o BPP) e agora vamos pagar o Banif. Quem se segue? 
Não é por nada, mas já estou farto de pagar as dívidas que os ricos banqueiros nos estão a legar, com a conivência, sim, a conivência de quem deveria zelar pelos interesses do comum dos cidadões (Cavaco dixit). 
Os responsáveis, todos eles, deviam ser fuzilados (fuzilados não, mas sim enforcados) na praça pública.

OUVISTO (*)

Passo pelo canal que está a transmitir o Belenenses-Boavista (o Belenenses está a ganhar por 1-0) e ouço, aos 85m, o comentador dizer: "vamos entrar num momento bastante decisivo". 
Não sei bem o que o homem queria dizer, nomeadamente com aquele "bastante", mas isso sou eu, que em futebol sou semi-analfabeto.
Lá está: a língua portuguesa é, dizem, muito complicada, e eu comungo.

(*) Dizia o Mário Castrim que, em termos de TV, podíamos/devíamos dizer e escrever "ouvisto", cousa de que também comungo.

EFEMÉRIDES

Neste dia, em 1805, morre Manuel Maria Barbosa du BOCAGE, poeta português


Aí vai um dose sonetos 


[SONETO DO EPITAPHIO]

La quando em mim perder a humanidade
Mais um daquelles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o theologo, o peralta,
Algum duque, ou marquez, ou conde, ou frade:

Não quero funeral communidade,
Que engrole "sub-venites" em voz alta;
Pingados gattarrões, gente de malta,
Eu tambem vos dispenso a caridade:

Mas quando ferrugenta enxada edosa
Sepulchro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitaphio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

MEMÓRIAS


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Neste dia, em 1858, nasce Giacomo Puccini, compositor italiano



sábado, 19 de dezembro de 2015

MEMÓRIAS (2)

Neste dia, em 1915, nasceu também Edith Piaf, cançonetista francesa



CONTRIBUTOS EXTERNOS

Quase um conto de Natal

Por Antunes Ferreira


Pelo sim, pelo não, quero deixar aqui uma decisão irrevogável: este comentário é o último que escrevo… antes do Natal. Claro que estes irrevogáveis costumam ser a prazo. Do tipo cada vez mais utilizado pelas crianças: pai, ou dás-me uma playStaiton VR ou chumbo no exame do sexto ano; é uma decisão irrevogável. Há quem lhe chame chantagem, mas isso é outra estória porque esta é pré-natalícia e a outra (qual?) é uma estória cor de burro quando foge.
O dito Natal já está ali à esquina, com o trenó de Santa Claus mal estacionado, pois as renas entraram em greve (o que deixou muito incomodado o dr. Paulo Portas e outros) pois querem seguro de circulação celestial e o bom velhinho entende que nem pensar. É óbvio que para estas cenas existe a concertação social, mas há sempre desmancha-prazeres que estragam  a concertação; quanto à social foi chão que deu uvas.
Quando comecei a escrever esta malfadada prosa tive uma esperança: o boss não vai deixar passar esta pepineira; mas, tanto quanto saiba ela gorou-se. Inicialmente pretendia fazer um conto próprio da época com um título lindo O Suave Milagre, mas um amigo avisou-me: deixa-te de tretas, o Eça de Queirós é menino para te arranjar um processo por plágio. Face à advertência prometi a mim próprio que de processos e insubstituíveis estão os cemitérios cheios exceptuando, obviamente, os fornos crematórios… Mas, não me fiquei por aqui.
Porém e dado que tomara uma decisão irrevogável, desisti, por fas ou por nefas do título que me parecia muito suave. No entanto persisti denodadamente na escrita de um conto de Natal. Deixem-me que diga que o propósito é digno, apropriado e sincero. Mas as adversativas são o diabo, como escreveu o meu Amigo Francisco Seixas da Costa. No entanto não é um qualquer mas, todavia, contudo que ladre aos tornozelos de escriba; cão que ladra não morde. Mas, sensata e avisadamente, não me consta que exista um qualquer adágio que diga que cão que morde não ladra.
Nos últimos minutos dou por mim a pensar que fazer um conto de Natal é um bico-de-obra. Por múltiplas razões, a saber:
1)   Desde que S. Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio em 1223 resolveu fazer o primeiro nunca mais eles pararam de aparecer. São os cogumelos… Das mais diversas formas e feitios, nos mais diversos locais tornou-se a imagem do nascimento do Menino; donde não há qualquer possibilidade de ineditismo;
2)   Tal como os há dos mais diferentes materiais, desde o tradicional barro ao moderno alumínio desde a lusitana cortiça até ao moderníssimo  poliisocianurato, também existem estórias, canções, músicas e… contos de Natal;
3)   Dizia o Vasco Santana no Jardim Zoológico para um guarda dos animais “chapéus há muitos, seu palerma”; parafraseando o estudante (?) de Medicina Vasco Leitão que ele interpretava na “Canção de Lisboa”, o primeiro filme sonoro em Português, em 1933, pode-se também afirmar que “contos de Natal há muito” (ignorando o seu palerma), e creio que já chega.
Posto tudo em equação confesso, humílimo e contrito, que não sei quais são as premissas e muito menos a conclusão desta equação confusa. Mas que raio de ideia me foi sair escassos dias antes do 24/25. Por isso decido não fazer qualquer conto de Natal e fico-me pelo quase.



EFEMÉRIDES

Neste dia, em
- 1961, as tropas portuguesas de Goa, Damão e Diu rendem-se às forças da União Indiana, contra a vontade de Salazar, que não queria prisioneiros, só urnas
- 1974, o general Vassalo e Silva, último governador do Território, é reabilitado, após a perda de direitos decretada por Salazar por ter evitado um banho de sangue na Índia "portuguesa" naquela ano de 1961
- 1999, transferência, pacífica e negociada, da soberania de Macau para a China.

MEMÓRIAS


Neste dia, em 1996, morre Marcello Mastroiani, actor italiano 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

José Mourinho, despedido do Chelsea

Grande notícia da tarde, a ocupar tempo de conversa e debates em toda a Comunicação Social e, claro ,tema de abertura de alguns noticiários: José Mourinho, despedido do Chelsea !
Confesso que, verdadeiramente surpreendido, a minha primeira reacção foi a seguinte: E agora, será que o homem tem direito a subsídio de desemprego? Procurei desenvolvimento desta notícia na imprensa on-line e na respectiva página do DN li: “Saída custa 340 mil euros por semana ao Chelsea”. Pronto; Fiquei muito mais descansado. O homem não fica sem o ganha-pão!
Falando mais a sério: Isto é uma ofensa a tanta gente!! Nem tenho mais palavras para comentar.


PUF!!... Lá foi o PaF!!

Ontem Passos Coelho, com pouca pompa, é verdade, mas com muita circunstância, anunciou o fim da PaF. E, da maneira como o fez, mais parecia estar aliviado com este desenlace. Só faltou mesmo dizer: não precisamos deles para nada! Claro que ao anunciar “a rescisão” Passos Coelho lá deu os elogios do costume quando se despede alguém. Quase parecia um dirigente desportivo a anunciar que o treinador da sua equipa de futebol deixou de o ser.
E o CDS, o que dirá o CDS? Se calhar nada dirá, pois tem consciência que sozinho vale, em número de deputados, muito menos do que vale agora. Será que elegeria deputados suficientes para encher uma carrinha de 9 lugares? Se calhar não.

De qualquer modo, podemos dizer: PUF!!... Lá foi o PaF!!

MEMÓRIAS



Neste dia, em 1906, nasce Fernando Lopes Graça, compositor e maestro


ACORDAI


Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz

Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações

Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!



Autor: José Gomes Ferreira

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

MEMÓRIAS

Neste dia



em 1770, nasce Ludwig von Beethoven, compositor alemão de música erudita





em 1989, morre Lee van Cleef, (um duro) actor norte-americano

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Uma atitude inqualificável

Para assinalar o seu 15º aniversário, a SIC Notícias resolveu promover um ciclo de conferências, sendo que a primeira realizou-se hoje, denominada “Portugal 2016 – O Futuro do País e das Empresas”. Esta conferência estava anunciada há algum tempo, para a qual tinha sido reservado, há meses, o Pavilhão Dragão-Caixa, propriedade do F C Porto.
Ontem, véspera do evento, o F C Porto informa a SIC Notícias de que Rui Rio, ex-presidente da Câmara do Porto e um dos participantes activos, não seria autorizado a entrar no pavilhão.
É certo que a SIC arranjou logo um outro local, quiçá até mais apropriado, para realizar a conferência, mas: como qualificar esta atitude dos responsáveis do clube em causa? É tão grave que só me ocorre dizer: inqualificável. Estou à vontade para a criticar, pois nunca votei ou apoiei Rui Rio, com quem estive (e estou ainda) muitas vezes em desacordo. Mas, realço a coragem que ele teve em não se vergar aos mandantes do Futebol. Só por isso, merece a minha vénia. Não tendo neste momento qualquer cargo público, Rui Rio, goste-se ou não dele é uma figura pública. Foi dirigente partidário, deputado e Presidente da Câmara Municipal do Porto, eleito sucessivamente três vezes, com maioria absoluta no segundo e no terceiro.
Já agora. Fico à espera da reacção de Fernando Gomes – ex-Presidente da Câmara do Porto (embora saiba que tem um grande tacho no clube em causa) – e de Rui Moreira – actual Presidente da edilidade. A Instituição a que um presidiu e a que o outro preside assim o merece.


Marques Mendes, o novo criador de factos políticos?? Mas, para muito pior!!

Marques Mendes, a quem já ouvi qualificar como o garganta funda do desgraçado governo Passos/Portas que nos infernizou a vida nos últimos quatro anos, veio levantar uma falsa questão relacionada com a ordem de intervenção dos partidos nos próximos debates parlamentares. É claro que Marques Mendes não é asno, penso eu (creio não estar enganado, ou será que estou?) e sabe que o actual quadro parlamentar é inédito: Há um partido de Governo – o PS –, dois partidos da Oposição – PPD e CDS –, três partidos que não estão representados no Governo mas assinaram acordos de incidência parlamentar para o sustentarem politicamente – BE, PCP e Verdes –, e há o PAN. Portanto, neste novo quadro parlamentar, não se podem dividir os partidos em partidos do Governo e partidos da Oposição.
Pois bem. Para estabelecer a ordem de intervenção dos partidos nos debates quinzenais o Regimento da Assembleia estabelece-a da seguinte forma: primeiro intervêm os partidos não representados no Governo por ordem decrescente e depois intervêm os partidos representados no Governo por ordem crescente. Ou seja, de acordo com o actual quadro parlamentar a ordem é: PPD, BE, CDS, PCP, PEV e PAN.

É difícil Marques Mendes?? Por favor, não complique o que é fácil. Lá porque o outro – o Marcelo – deixou de ser comentador e fazedor de factos políticos, não queira ser uma má imitação. Faça-me lá essa vontade, para bem de todos!!!

MEMÓRIAS

Neste dia






em 1939, estreia o mítico filme E Tudo o Vento Levou





em 1944, morre Glenn Miller, compositor e chefe de orquestra norte-americano 

domingo, 13 de dezembro de 2015

sábado, 12 de dezembro de 2015

MEMÓRIAS



Neste dia, em 1915 (há cem anos!), nasce Frank Sinatra, "The Voice" ou o "Blue Eyes"

CONTRIBUTOS EXTERNOS

É tempo de fazer contas


Por Antunes Ferreira


Para António Costa começou  o tempo mais difícil: o de fazer contas. Neste particular a agilidade e o jogo de cintura são essenciais. Essenciais? Obrigatórios. Enquanto decorreram as conversações a três para a formação de um governo de esquerda – e, tanto quanto se sabe elas foram duras – estava-se no princípio do ano do estado de graça. Não se partiu para um casamento, porque as juras de fidelidade mútua não foram enunciadas. Quando muito foi um contrato nupcial nunca um sacramento como defende a Igreja.
Por força da necessidade de recuperar o período que Cavaco Silva gastou inutilmente  a fim de protelar a tomada de posse do Governo de Costa, os três partidos nem tiveram tempo de chegar ao estado da construção de um Executivo fácil. Bem pelo contrário, eles nem seguiram para a lua-de-mel. E não consta que tenha havido um, ainda que singelo, copo de água. Penso que nem havia copo muito menos água, exceptuando  a que fora metida pela estuporada coligação que durante quatro anos (penosos) tentou dar cabo de um país chamado Portugal.
O prof. Cavaco, como se comprovou no palácio da Ajuda, não queria de forma nenhuma aceitar um Governo do PS apadrinhado pelo PCP e BE. O rictus que afivelou na face desde o início da cerimónia davam bem a ideia de como estava zangado; mas naquele momento já não havia nada a fazer. No entanto na mente doentia do suposto PR estava de há muito, instalada uma malandrice: o discurso ameaçador que utilizou. Cavaco apenas reforçou o que se sabia: é vingativo, inculto, ressabiado e mentiroso. Porém, Costa soube responder-lhe bem e civilizadamente…
Por tudo isso – e dando de barato que foi e é o principal culpado do estado a que se chegou (muito boa gente o diz; eu sempre o disse..) – o tempo que se perdeu entre o que devia ter sido utilizado na tomada de posse e o que ele gastou em reuniões de todos os que lhe convinham, levou a que o Governo de Esquerda se veja, agora, confrontado com a obrigatoriedade de queimar etapas em coisa de tanta importância como são o OE do ano que ainda corre e o que será aplicado em 2016.
Não se quis lembrar (ou não quis que o fizessem recordar) que, quando primeiro-ministro mandou arrancar vides e oliveiras e afundar barcos de pesca a troco de moeda mandada pela então CEE, por isso era um bom aluno… As contradições levaram-no a ordenar que a economia portuguesa devia-se fundamentar na… agricultura  e na pesca. E a inflação dos salários dos funcionários públicos – quem o fez?

Pelo caminho Costa teve de assegurar que Portugal, como tinha afirmado, iria cumprir todas as obrigações, quer na UE quer na NATO. No meio desta senda turbulenta, ainda se pôde ouvir o senhor Wolfgang Schäuble a dizer que o actual primeiro-ministro era um tipo simpático e que começara a gostar dele desde o tempo em que ambos eram ministros dos assuntos parlamentares e europeus. Quem diria? Mas o facto é que António Costa registou um golo para o desafio que tinha, tem e terá num horizonte político que se antevê proceloso.


Por isso rebobino para voltar ao início deste comentário: é tempo de fazer contas. E, apesar de ser o ministro das Finanças, Mário Centeno tem de utilizar um computador super certo. Os que eram usados pela falecida coligação eram mentirosos. Vão-se agora descobrindo buracos que um dia destes poderão ser aproveitado para procurar petróleo ou como entradas de novas estações do metropolitano. A ironia que costumo colocar em quase todos os meus textos poderia originar um sorriso – mesmo que amarelo. 
Porém, no caso presente não estou a tentar contar uma anedota. A situação é tão grave que nunca justificaria o recurso ao riso. Pelos vistos os cofres estão cheios de… ar e vento, ou quase. As crónicas e hipotéticas almofadas agora uma vez mais sublinhadas por Cavaco são miragens miríficas: de almofadas só têm o nome e dando de barato que possam existir, não têm sumaúma nem sequer fronhas. 
Portanto é tempo de calculadora e é tempo de aferição da solidariedade dos dois parceiros do Governo que o apoiam no parlamento, mas não fazem parte dele. Os amigos são principalmente para o lado mau das coisas. Não se pode estar – pelo menos na política – com um pé fora e outro dentro. Jerónimo e Catarina não podem esticar a corda; não podem nem devem. E já é corrente que há divergências comprometedoras em especial no que respeita ao salário mínimo.

Porque bem vistas as coisas há que remar no mesmo sentido, ainda que a contragosto. E não esquecer que há muita gente a meter paus diversos na engrenagem. Cavaco, por exemplo, voltaria ao “eu bem os avisei” porque, ele o disse, “nunca me engano e raramente tenho dúvidas”…



 




sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

MEMÓRIAS

Neste dia, em



1890, nasce Carlos Gardel, cantor de tangos, de nacionalidade indefinida: argentina, uruguaia ou francesa. Ele próprio terá dito que nasceu em Buenos Aires aos dois anos e meio





em 1908, nasce Manoel de Oliveira, realizador português





em 2012, morre Ravi Shankar, músico indiano

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

POESIA

Se Tu Viesses Ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti... 

Florbela Espanca
Nasceu em 8 de Dezembro de 1894 e morreu no mesmo dia do ano 1930

MEMÓRIAS CINÉFILAS


Neste dia, em 1990, morre Martin Ritt, realizador e produtor norte-americano

MEMÓRIAS MUSICAIS

Neste dia, em







em 1865, nasce Jean Sibelius, compositor finlandês





em 1980, morre John Lennon um dos Beatles





em 1994, morre António Carlos Jobim, músico brasileiro


sábado, 5 de dezembro de 2015