quinta-feira, 21 de julho de 2011

O aumento colossal dos transportes públicos

É verdade que o acordo celebrado entre a já muito falada troika e o Estado português previa o aumemto do preço dos transportes públicos. Só que não quantificava qual o aumento a aplicar. Soube-se hoje que o Governo decidiu que esse aumento será em média de 15%, o que é um aumento colossal, praticamente o quíntuplo da inflacção. Diz o Governo que as empresas de transportes públicos têm uma dívida de milhares de milhões de euros e que os últimos aumentos das tarifas foram muito baixos e não acompanharam a inflacção. Pois bem, o exponencial aumento dos passivos destas empresas não é consequência dos preços das tarifas e dos apoios aos passes sociais, mas sim dos enormes (ou como está na moda dizer-se, dos colossais) encargos financeiros que estas empresas têm que suportar em consequência dos investimentos feitos em infra-estruturas. Veja-se o caso do metro do Porto, que apesar de andar sempre com as composições superlotadas, cada vez mais aumenta a sua dívida. A rede do metro foi aumentando mais por pressão dos autarcas que eram ao mesmo tempo administradores da empresa, do que para cumprir um projecto saído de estudos rigorosos feitos por quem sabe. Satisfizeram-se muitos interesses e o resultado está à vista. Por muito que aumentem as tarifas a empresa não vai sair da falência técnica. Para além disto, este colossal aumento vai incentivar o uso do carro, o que trará um aumento do consumo dos combustíveis e, em consequência, mais importação de petróleo, o que vai agravar o défice externo.


Ah, mais vai haver, lá para Setembro, tarifas baratinhas para aqueles pobrezinhos, que não se importem de ser humilhados cada vez que tiverem de dar a conhecer que são pobres quando forem renovar o passe. Ao que chegamos!


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