terça-feira, 12 de julho de 2011

Eleições no PS

O PS vai eleger novo líder em eleições directas que vão decorrer nos próximos dias 22 e 23 do corrente mês de Julho. Já referi neste blog que não sou militante do partido, mas que não me é indiferente o resultado destas eleições.

Pertenço ao grupo de pessoas que acha que a democracia se realiza com partidos políticos, embora estes na sua acção política, para lá dos seus militantes, devam contar com a colaboração de cidadãos não militantes, ditos independentes. Ou seja, os partidos devem estar abertos à participação das pessoas normalmente seus apoiantes e votantes. Por isso, quando um partido tem que tomar uma decisão tão importante quanto esta de eleger um líder, devem os seus militantes, que vão de facto e de direito tomá-la, ter em consideração em que sentido vai o desejo desses simpatizantes.

Está instalada a ideia de que António José Seguro, que sempre foi um homem do chamado aparelho do partido ou próximo dele, terá alguma vantagem relativamente a Francisco Assis. Mas também parece ser um facto que Francisco Assis recolhe, de longe, muito mais simpatia e vontade de o ver líder junto dos simpatizantes não militantes. Ora, o objectivo dum partido como o PS é atingir o poder. E o poder atinge-se através de eleições, nas quais votam muito mais simpatizantes não filiados do que militantes. E, mais importante ainda é o facto de os simples simpatizantes, quando votam, não estarem pressionados pelos chamados aparelhos partidários.

Quero então dizer que se eu fosse militante tomaria em consideração na minha escolha, o facto de Francisco Assis ter muito mais simpatizantes fora do partido.

2 comentários:

500 disse...

Já comentei, mas desapareceu. Vou repetir.
Assisti ao debate, que foi morno, morno. Não gostei da pose seráfica do Seguro nem da seu proclamado melhor resultado nas autárquicas. Nã é possível comparar os resultados, como é óbvio.
Depois, falou na elevação do nível do debate, quando foi ele a descê-lo.
A abertura do partido ao exterior assumido por Assis é interessante, mas tem muito caminho para andar, como já em tempos referi. O PS, tal como outros partidos, tem que se abrir internamente aos militantes. Não basta ser o aparelho a "nomear" os diversos candidatos a autarcas e deputados, esperando que a carneirada aplauda.
Como bem diz, o cargo de secretário-geral do PS (como o de presidente do PSD) interessa a todos, não apenas aos militantes. Pode estar-se perante o próximo primeiro-ministro e não é indiferente que seja um ou outro. Seria interessante que houvesse mais debates, em canal aberto, e não em canal codificado, como aconteceu, a que nem toda a gente tem acesso. Mas Seguro não o quis. Por medo?

4pereiro disse...

Estou perfeitamente de acordo com o seu comentário. Quem é líder do PS, como quem é o líder do PSD, não é indiferente, até, a todos os portugueses. Mas há realmente muito caminho para andar, mas tem que se andar ligeiro, para que não apareçam mais "Fernandos Nobres".
Quanto a Seguro não querer mais debates, claro que é por medo.