O PS vai eleger novo líder em eleições directas que vão decorrer nos próximos dias 22 e 23 do corrente mês de Julho. Já referi neste blog que não sou militante do partido, mas que não me é indiferente o resultado destas eleições.
Pertenço ao grupo de pessoas que acha que a democracia se realiza com partidos políticos, embora estes na sua acção política, para lá dos seus militantes, devam contar com a colaboração de cidadãos não militantes, ditos independentes. Ou seja, os partidos devem estar abertos à participação das pessoas normalmente seus apoiantes e votantes. Por isso, quando um partido tem que tomar uma decisão tão importante quanto esta de eleger um líder, devem os seus militantes, que vão de facto e de direito tomá-la, ter em consideração em que sentido vai o desejo desses simpatizantes.
Está instalada a ideia de que António José Seguro, que sempre foi um homem do chamado aparelho do partido ou próximo dele, terá alguma vantagem relativamente a Francisco Assis. Mas também parece ser um facto que Francisco Assis recolhe, de longe, muito mais simpatia e vontade de o ver líder junto dos simpatizantes não militantes. Ora, o objectivo dum partido como o PS é atingir o poder. E o poder atinge-se através de eleições, nas quais votam muito mais simpatizantes não filiados do que militantes. E, mais importante ainda é o facto de os simples simpatizantes, quando votam, não estarem pressionados pelos chamados aparelhos partidários.
Quero então dizer que se eu fosse militante tomaria em consideração na minha escolha, o facto de Francisco Assis ter muito mais simpatizantes fora do partido.
2 comentários:
Já comentei, mas desapareceu. Vou repetir.
Assisti ao debate, que foi morno, morno. Não gostei da pose seráfica do Seguro nem da seu proclamado melhor resultado nas autárquicas. Nã é possível comparar os resultados, como é óbvio.
Depois, falou na elevação do nível do debate, quando foi ele a descê-lo.
A abertura do partido ao exterior assumido por Assis é interessante, mas tem muito caminho para andar, como já em tempos referi. O PS, tal como outros partidos, tem que se abrir internamente aos militantes. Não basta ser o aparelho a "nomear" os diversos candidatos a autarcas e deputados, esperando que a carneirada aplauda.
Como bem diz, o cargo de secretário-geral do PS (como o de presidente do PSD) interessa a todos, não apenas aos militantes. Pode estar-se perante o próximo primeiro-ministro e não é indiferente que seja um ou outro. Seria interessante que houvesse mais debates, em canal aberto, e não em canal codificado, como aconteceu, a que nem toda a gente tem acesso. Mas Seguro não o quis. Por medo?
Estou perfeitamente de acordo com o seu comentário. Quem é líder do PS, como quem é o líder do PSD, não é indiferente, até, a todos os portugueses. Mas há realmente muito caminho para andar, mas tem que se andar ligeiro, para que não apareçam mais "Fernandos Nobres".
Quanto a Seguro não querer mais debates, claro que é por medo.
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