Feita a apresentação do seu programa de governação na Assembleia da República, que foi discutido e debatido durante os dias de ontem e de hoje, e uma vez não foi rejeitado, o Governo entrou na plenitude das suas funções. Ora, atendendo em que estava em causa debater medidas de austeridade que em muito vão afectar a vida dos portugueses, sobretudo a classe média que vive dos rendimentos do trabalho ou de pensões de reforma para as quais contribuiu ao longo da sua vida activa, esperava-se um debate mais vivo. Mas não, foi um debate de certa forma morno, propício até para que os ministros estreantes nestas "lutas" políticas fizessem a sua estreia sem sobressaltos. E tendo em conta que na abertura do debate o primeiro-ministro anunciou uma medida duríssima que vai reduzir, e muito, o poder de compra da já referida classe média, ainda mais se esperava uma reação enérgica da Oposição. Mas não. À parte meia dúzia de intervenções de outros tantos deputados, quase deu a sensação que os outros deputados estavam resignados. E o PS, pergunto eu, onde esteve o PS? Até dava a ideia que não achava relevante que uma parte substancial dos trabalhadores e dos pensionistas portugueses percam uma percentagem grande do seu subsídio de Natal. O PS só deve considerar-se vinculado às medidas que negociou com a troika. Quanto às que vão para lá delas o PS deve combatê-las energicamente, se não concordar. Dir-me-ão, mas os dois candidatos a líderes manifestaram discordância com aquele brutal aumento de impostos. É verdade mas deviam tê-lo feito intervindo no debate. Os portugueses, e não só os que votaram no PS esperam vê-lo a fazer oposição, construtiva é certo, mas enérgica. Não quero um PS a favor da tal situação explosiva de que fala Cavaco Silva, mas quero um PS que defenda os direitos dos cidadãos. E já, sem ter que esperar por um novo líder.
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