E é capaz de me explicar a razão de não poder depois queixar-se? Esse argumento é terrorista, porque quer obrigar as pessoas a jogar um jogo, mesmo quando o problema que elas denunciam está nas regras do jogo. Dizer que nem não vota não se pode queixar é um argumento tão sólido como a Liga de futebol organizar um campeonato, onde as vitórias do Benfica valessem 5 pontos e as do Porto e Sporting 2, e depois alegar que se o Porto e o Sporting não jogassem, depois não se podiam queixar por não ganharem o campeonato.
Não sei bem se uma forma de manifestar a nossa opinião é estarmos calados. Sei, e isso sei, que é legítimo não votar, em qualquer eleição. No entanto, prefiro aqueles que se dão à maçada de se deslocarem à secção de voto e aí meterem na urna um papel em branco ou com uma cruz do tamanho da folha. Por mim, voto em tudo (ou quase...) para que sou chamado. E, desculpará, mas o argumento da bola não colhe, desde logo porque há um vício insanável, qual seja o de atribuir pontos diversos a cada uma das equipas concorrentes. Estaríamos perante uma fraude descarada, não passível de ocorrer. Quanto ao direito à crítica de quem não vota, concordo, e quando o referi foi apenas o uso de um lugar comum, de que, contudo, não me penitencio.
Faz muito bem em não se penitenciar. Era o que mais faltava. Mas por que razão valoriza o voto nulo de um colaboracionista com o sistema e parte do princípio que o abstencionista é um malandrão que não se dá ao trabalho de ir votar? O problema é que - tal como no meu exemplo do futebol - estamos perante uma descarada fraude. Os partidos que ganham deputados são os que os militares convidaram para o Governo a seguir ao 25 de Abril e o CDS que foi autorizado a ficar com o votos dos deserdados do regime de Caetano. Não há qualquer hipótese de outros partidos que nem sequer têm a mesma oportunidade de aparecer na Televisão.
O seu argumentário não colhe, ao querer comparar o incomparável: militares e cds convidados no pós-25/4. E quanto aos ditos pequenos partidos, que façam pela vida durante a legislatura e não recorram aos tribunais em cima da meta, que nem sequer querem cortar.
4 comentários:
E é capaz de me explicar a razão de não poder depois queixar-se? Esse argumento é terrorista, porque quer obrigar as pessoas a jogar um jogo, mesmo quando o problema que elas denunciam está nas regras do jogo.
Dizer que nem não vota não se pode queixar é um argumento tão sólido como a Liga de futebol organizar um campeonato, onde as vitórias do Benfica valessem 5 pontos e as do Porto e Sporting 2, e depois alegar que se o Porto e o Sporting não jogassem, depois não se podiam queixar por não ganharem o campeonato.
Não sei bem se uma forma de manifestar a nossa opinião é estarmos calados. Sei, e isso sei, que é legítimo não votar, em qualquer eleição. No entanto, prefiro aqueles que se dão à maçada de se deslocarem à secção de voto e aí meterem na urna um papel em branco ou com uma cruz do tamanho da folha. Por mim, voto em tudo (ou quase...) para que sou chamado. E, desculpará, mas o argumento da bola não colhe, desde logo porque há um vício insanável, qual seja o de atribuir pontos diversos a cada uma das equipas concorrentes. Estaríamos perante uma fraude descarada, não passível de ocorrer.
Quanto ao direito à crítica de quem não vota, concordo, e quando o referi foi apenas o uso de um lugar comum, de que, contudo, não me penitencio.
Faz muito bem em não se penitenciar. Era o que mais faltava.
Mas por que razão valoriza o voto nulo de um colaboracionista com o sistema e parte do princípio que o abstencionista é um malandrão que não se dá ao trabalho de ir votar?
O problema é que - tal como no meu exemplo do futebol - estamos perante uma descarada fraude. Os partidos que ganham deputados são os que os militares convidaram para o Governo a seguir ao 25 de Abril e o CDS que foi autorizado a ficar com o votos dos deserdados do regime de Caetano. Não há qualquer hipótese de outros partidos que nem sequer têm a mesma oportunidade de aparecer na Televisão.
O seu argumentário não colhe, ao querer comparar o incomparável: militares e cds convidados no pós-25/4. E quanto aos ditos pequenos partidos, que façam pela vida durante a legislatura e não recorram aos tribunais em cima da meta, que nem sequer querem cortar.
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