sábado, 11 de junho de 2011

O primeiro-ministro não é eleito

Desde a noite eleitoral de 5 de Junho que ouço os jornalistas referirem-se a Pedro Pasos Coelho como "o primeiro-ministro eleito". Então ontem não tive dedos nas mãos para contar o número de vezes que os jornalistas o referiram deste modo. Ora, como se sabe, em Portugal não há eleições para primeiro ministro e, assim, não há, nem pode haver, primeiro ministro eleito. O que há, ou melhor, o que houve, foram eleições legislativas para eleger os deputados que vão representar proporcionalmente os cidadãos na Assembleia da República. Pedro Passos Coelho foi eleito, sim, deputado pelo círculo eleitoral de Vila Real. No entanto, já é aceitável que o tratem por futuro primeiro-ministro, uma vez que é quase certo que, tendo em conta os resultados eleitorais seja ele o nomeado pelo Presidente da República de acordo com a nossa Constituição (artigo 187º).

Compreendo que os jornalistas andem eufóricos com os resultados eleitorais de 5 de Junho. Gostam sempre de bajular o novo poder, sabendo até que mais tarde vão dizer o pior dele. Mas, entretanto, sejam correctos naquilo que dizem, mesmo nos momentos em que lhes é difícil falar com isenção.

1 comentário:

500 disse...

Lamentalvelmente, muitos jornalistas nem sequer sabem escrever em português escorreito, cometendo erros de palmatória, como já aqui tenho assinalado. Depois, alguns deles também não dominam a matéria sobre que escrevem ou falam e não é infrequente que digam asneira grossa. Culpas? Das escolas, no ensino obrigatário e secundário e até das que é suposto preparem-nos para o ofício. E, porque não?, das próprias direcções dos orgãos de comunicação onde escrevem ou debitam as suas opiniões. Um deles referiu-se ao "primeiro-ministro eleito" e foram todas atrás. Soa bem e pronto.