terça-feira, 28 de junho de 2011

Cavaco Silva e a situação explosiva

Cavaco Silva, que às vezes quando fala "mais valia que tivesse estado calado", disse hoje no final de um Encontro Nacional Inovação COTEC algumas coisas que, sendo óbvias, dão a ideia que o Presidente está a sacudir a água do capote, quer no que respeita a políticas do passado recente, quer no que respeita a políticas a levar a cabo no futuro. Diz Cavaco que os últimos tempos têm sido tempos muito difíceis e que há mais de dois anos avisou que Portugal se aproximava de uma situação explosiva e que o tempo dela chegou. É verdade, os tempos são difíceis e podem levar a que haja muita contestação. Mas as dificuldades não são só consequência das políticas dos últimos tempos. Também são consequência do passado. Dum tempo em que se destruiram as capacidades produtivas da agricultura, de muita indústria e em que se esbanjaram milhões de euros que todos os dias entravam nos cofres do Estado, vindos da União Europeia. E quem governava nesse tempo, quem governava? Cavaco Silva. Por isso, não pode vir agora fazer o papel de arauto das desgraças e muito menos de detonador da tal situação explosiva. Bem pelo contrário, deve ser ele, Presidente da República, a desencorajar os portugueses a manifestações violentas de rua. Os portugueses esperam que o Presidente apele à serenidade e não à "explosão".

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