quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Chapelada do Rio

Como já é do domínio público, o acto eleitoral do Rio de Janeiro foi alvo daquilo a que "no tempo da outra senhora" se chamava de "uma chapelada". Os nossos emigrantes votam por correspondência nas eleições legislativas. Ora, um jornal local afecto ao PPD dispôs-se a ir a casa dos eleitores recolher o respectivo voto e enviá-lo para Portugal. Tal procedimento, que configura uma fraude eleitoral, é ilegal e, por isso, os votos daquela mesa devem ser considerados nulos pela Asssembleia Geral de Apuramento, de acordo com um pedido fundamentado apresentado pelo PS. E, caso aquela Assembleia não anule o escrutínio da mesa dos votos do Rio de Janeiro, devem os partidos da Oposição, e não só o PS, apresentar recurso para o Tribunal Constitucional, por uma questão de princípio, mesmo que seja indiferente para o resultado do escrutínio a anulação ou não daqueles votos. Num país democrático uma eleição é um acto muito sério sobre o qual não podem ficar quaisquer dúvidas e, neste caso, há que apurar responsabilidades. Não pode o interesse da urgência da posse do novo Governo sobrepor-se ao facto de umas eleições legislativas ficarem manchadas por nada se ter feito perante uma fraude eleitoral comprovada. Não podemos recuar 40 anos e voltar ao tempo das chapeladas eleitorais. Nessa altura as eleições eram uma farsa.

1 comentário:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Toda forma de eleição, é "chapelada". No Brasil, votar é obrigatório: democracia?. Em Portugal não é, mas se vota onde se estiver. Fraude existirá sempre, aqui, ali, acolá. Meu marido é português e nunca votou.
Eu sou brasileira, mas se não votar, ou justificar, o governo confisca meu salário...Onde estão os erros, hein?
P.S: li alguns post's seus, decidi parar aqui...
Um abraço