Mentiras e deslealdades

Num dos canais televisivos vi uma reportagem sobre uma audição em comissão parlamentar ao ministro das Finanças. É evidente que teve de enfrentar o descontentamento dos partidos da Oposição que não gostaram de saber pelos jornais o teor de um anexo ao   Documento de Estratégia Orçamental enviado a Bruxelas, antes de ter sido enviado ao Parlamento. E com inteira razão, já que os actos do Governo e, claro, a governação, são fiscalizados pela Assembleia, de quem o Governo depende. Como muito  bem disse António José Seguro, esta atitude do Governo, informando primeiro Bruxelas de assuntos importantíssimos para o futuro do país, é grave. E sobretudo mais grave se torna quando o PS tem “engolido sapos vivos” para mostrar ao exterior (e aos estupores dos mercados) que há um certo consenso em cumprir o acordado com a Troika.

Mas houve um episódio caricato nessa reportagem, quando respondendo aos partidos da Oposição, que praticamente lhe chamaram mentiroso, Gaspar disse que : não mente; não se engana; nem ludibria. Só deu para rir com vontade, pois Gaspar, tal como os restantes membros do Governo, não têm feito outra coisa.