Nuno Crato, a quem vaticinei poder vir a ser o pior
ministro da educação de sempre, inventou mais uma “treta” para lançar mais
confusão nas escolas e poder ter motivos para despachar mais uns tantos
professores para o desemprego. Trata-se de um exame a que os professores
contratados, a trabalhar ou não, serão sujeitos, uma espécie de exame de acesso
à profissão de professor. Diz o Crato que tal prova é uma componente importante
no processo de melhoria do ensino. E eu digo que o Crato só pode estar a
brincar connosco. O ensino, sobretudo o ensino público, só melhora se melhorarem
as condições de vida das famílias. Não é por acaso que os chamados “alunos
problema” são oriundos de famílias desestruturadas e com muitos problemas
económico-financeiros, muitas vezes com pai ou mãe ou mesmo os dois desempregados.
Não é por acaso, também, que as escolas com piores resultados em todos os
ciclos de ensino estão perto de bairros sociais das áreas metropolitanas do
Porto e de Lisboa. Mas, para Crato, a solução ou parte dela está nos exames
para professores. É um absurdo. Um cidadão (ou cidadã) para ser professor tem
que ter formação científica, a nível de licenciatura, e formação pedagógica, ambas
actualmente dadas, ou tiradas, nas universidades. A avaliação dos professores
deve ser feita, sim, tendo em conta o seu desempenho, tal como foi implementado
pela equipa de Maria de Lurdes Rodrigues. E não por um exame. Já agora: será
que o Crato fez exame para ser professor?
Entretanto sabe-se que, para já, nove dos onze ou doze
tribunais onde foram interpostas providências cautelares pedindo que os exames
não se efectuem foram aceites, ou seja, segundo esses tribunais os exames não
se devem realizar. Que vai fazer o Crato; aceitar, como deve, a decisão do
tribunal, ou não? Esperamos para ver.
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