domingo, 17 de novembro de 2013

Que vai fazer o Crato?

Nuno Crato, a quem vaticinei poder vir a ser o pior ministro da educação de sempre, inventou mais uma “treta” para lançar mais confusão nas escolas e poder ter motivos para despachar mais uns tantos professores para o desemprego. Trata-se de um exame a que os professores contratados, a trabalhar ou não, serão sujeitos, uma espécie de exame de acesso à profissão de professor. Diz o Crato que tal prova é uma componente importante no processo de melhoria do ensino. E eu digo que o Crato só pode estar a brincar connosco. O ensino, sobretudo o ensino público, só melhora se melhorarem as condições de vida das famílias. Não é por acaso que os chamados “alunos problema” são oriundos de famílias desestruturadas e com muitos problemas económico-financeiros, muitas vezes com pai ou mãe ou mesmo os dois desempregados. Não é por acaso, também, que as escolas com piores resultados em todos os ciclos de ensino estão perto de bairros sociais das áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa. Mas, para Crato, a solução ou parte dela está nos exames para professores. É um absurdo. Um cidadão (ou cidadã) para ser professor tem que ter formação científica, a nível de licenciatura, e formação pedagógica, ambas actualmente dadas, ou tiradas, nas universidades. A avaliação dos professores deve ser feita, sim, tendo em conta o seu desempenho, tal como foi implementado pela equipa de Maria de Lurdes Rodrigues. E não por um exame. Já agora: será que o Crato fez exame para ser professor?
Entretanto sabe-se que, para já, nove dos onze ou doze tribunais onde foram interpostas providências cautelares pedindo que os exames não se efectuem foram aceites, ou seja, segundo esses tribunais os exames não se devem realizar. Que vai fazer o Crato; aceitar, como deve, a decisão do tribunal, ou não? Esperamos para ver.    

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